Ibovespa fecha em alta, com recuperação nos preços do minério de ferro; petroleiras caem

'Despiora' do cenário fiscal brasileiro deixa investidores mais aliviados

Ações de mineradoras de lítio sobem - Foto: Divulgação
Ações de mineradoras de lítio sobem - Foto: Divulgação

A semana terminou um pouco mais tranquila na Bolsa de Valores brasileira, a B3, nesta sexta-feira (19). Além da recuperação nos preços do minério de ferro, que impulsionou as ações da Vale e de siderúrgicas, a queda nos preços do petróleo deu certo alívio à curva de juros, contribuindo para um movimento de recuperação em algumas ações que foram penalizadas nas últimas semanas.

O Ibovespa fechou em alta de 0,6%, aos 103.035 pontos. O índice oscilou entre os 103.975 pontos e os 102.143 pontos nos maiores e menores níveis intradiários. O volume negociado dentro do índice foi de R$ 27 bilhões. Na semana, o índice acumulou queda de 3%.

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Após o minério fechar o dia em alta de 5,06% em Qingdao, na China, as ações da Vale e de siderúrgicas avançaram, se recuperando dos tombos recentes. Vale ON (VALE3) subiu 2,73%, CSN ON teve ganhos de 7,98%, Usiminas PNA avançou 1,41% e Gerdau PN subiu 2,10%.

Por outro lado, os preços do petróleo recuaram nos mercados globais, após a adoção de novas medidas de restrição na Europa para conter surtos de Covid-19. Assim, as ações da Petrobras e de outras petroleiras acompanham os movimentos descendentes do barril de petróleo. Petrobras ON e PN cederam 1,38% e 1,66%, respectivamente, enquanto PetroRio ON recuou 3,13%.

Entre os principais destaques positivos da sessão, estão Vivo ON, que ganhou 6,81%, e Tim ON, com alta de 5,15%. As empresas se beneficiam de um julgamento no STF (Supremo Tribunal Federal) sobre o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) em Santa Catarina. Os ministros formaram maioria para reduzir a alíquota de empresas de telecomunicação no estado de 25% para 17%.

Também ajuda, no clima do pregão de hoje, a “despiora” das perspectivas para o cenário fiscal brasileiro.

Nos últimos meses, a discussão sobre o financiamento do Auxílio Brasil concentrou as preocupações do mercado financeiro brasileiro. A saída encontrada foi usar a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) 23/2021 para adiar o pagamento dos precatórios (dívidas judiciais) do governo em 2022 e fazer sobrar recursos que seriam utilizados com o novo benefício.

A demora em aprovar a proposta vinha alimentando o medo de que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) pudesse adotar alguma solução voluntariosa para viabilizar o benefício rapidamente (vulgo canetada), já que não é permitida a criação de benefícios em ano eleitoral. Outro medo era de que a PEC fosse usada para acomodar mais gastos eleitoreiros. Mas duas notícias apaziguaram um pouco os ânimos nesta sexta.

Na quinta (18), o senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) apresentou a ideia de fatiar a PEC para acelerar o trâmite no Congresso e conseguir fazer o primeiro pagamento do Auxílio Brasil ainda em 2021. A sugestão, de incorporar promulgar somente os trechos já avalizados pelas duas Casas, foi bem recebida pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD/MG), e pelo da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

Lira, aliás, é responsável por outra boa notícia quanto ao Orçamento: o deputado disse, em entrevista ao Valor PRO, o serviço de notícias em tempo real do Valor Econômico, não ver espaço para um amplo reajuste dos servidores públicos como anunciado por Bolsonaro.

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