Mercado hoje: Ibovespa fecha em alta de 1,96%, apoiado por ações de commodities

Dólar fecha em queda firme com PEC e transição de governo no centro das atenções

Em quais ações investir agora? - Foto: Amanda Perobelli/Reuters
Em quais ações investir agora? - Foto: Amanda Perobelli/Reuters

O Ibovespa emplacou sessão de alta firme, superando os 3% de alta nas máximas intradiárias, apoiado principalmente pela alta das ações de commodities. Elas têm peso relevante para a formação do índice. O setor é impulsionado pela possibilidade de redução nas restrições impostas pela China para combater a covid-19.

No caso do dólar, que fechou em queda firma, há a expectativa de que ocorra uma desidratação no impacto fiscal da PEC da Transição, o que já deu alívio ao mercado doméstico e possibilitou uma apreciação do real.

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Após ajustes, o referencial local, o Ibovespa, registrou ganhos de 1,96%, aos 110.909 pontos. Na mínima intradiária, tocou os 108.784 pontos, e, na máxima, os 112.187 pontos.

Em Nova York, o S&P 500 recuou 0,16%, aos 3.957 pontos, Dow Jones ficou praticamente estável com avanço de 0,01%, aos 33.852 pontos, e Nasdaq oscilou negativamente em 0,59%, aos 10.983 pontos.

Ações de commodities metálicas seguem preços do minério

A expectativa de um possível relaxamento na política de “covid zero” na China e o aval para que incorporadoras chinesas emitam mais ações para levantar recursos levaram otimismo ao mercado de commodities metálicas nesta terça-feira.

Com isso, depois de mais de dois meses, os preços do minério de ferro voltaram a superar a marca de US$ 100 por tonelada no mercado transoceânico. A principal matéria-prima do aço passou a exibir valorização acumulada de mais de 27% em novembro. No ano, as perdas no mercado à vista foram reduzidas a 15%.

Assim, Vale ON disparou 3,86%, CSN ON saltou 8,47%, Usiminas PNA subiu 6,04% e Gerdau PN teve alta de 5,98%. Analistas ouvidos pelo Valor PRO, serviço de informação em tempo real do Valor Econômico, veículo parceiro da IF, afirmaram que os últimos discursos do senador Jean Paul Prates (PT-RN), cotado para ser presidente da companhia, não foram tão disruptivos em relação ao modelo atual de negócios da companhia, o que pode preservar parte do seu valor atual.

Petrobras

As notícias vindas da China também ajudam o petróleo. No setor de energia, Petrobras ON e PN avançaram 4,3% e 4,19%, respectivamente, também refletindo o início da transição governamental na empresa.

Dólar fecha em queda firme

Novos rumores sobre quem comandará o Ministério da Fazenda no próximo ano deram apoio adicional à moeda brasileira, assim como o cenário externo, onde o dia foi de enfraquecimento do dólar.

No fim da sessão regular, o dólar era negociado a R$ 5,2880 no mercado à vista, em queda de 1,43%, enquanto o euro recuava 1,55%, para R$ 5,4610.

Mercado aguarda Congresso

O anúncio de aumento dos gastos para 2023 e a exclusão do Bolsa Família do teto de gastos causou mau humor entre os investidores no começo do mês, com a queda sensível da Bolsa e avanço do dólar.

Porém, o resultado da apresentação do texto da PEC na última segunda-feira (28) não teve resultado semelhante, ao menos até o momento, porque investidores veem pouca disposição do Congresso em aprovar o montante estipulado pelo novo governo, é o que afirmam os economistas da LCA Consultores.

Para eles, o mercado espera que negociações com parlamentares – agora lideradas pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em Brasília – reduzam o volume que ficará fora da regra fiscal.

“Já se espera que a CCJ da Casa altere os principais pontos da proposta do governo. Fica a dúvida se haverá tempo hábil para se aprovar esta PEC até 18 de dezembro”, dizem.

Haddad como homem forte da Economia

“Além disso, o presidente indicou o nome Fernando Haddad para a equipe de economistas de transição, mais um sinal de que Haddad será o seu homem forte na economia”, completam os analistas, apontando que o posicionamento do governo eleito por expansão dos gastos tende a manter elevado os prêmios de risco.

Bolsa Família fora do teto

Já os economistas Marcos Pessoa e César Garritano, da Warren Renascença DTVM, afirmam que, embora o texto da PEC da Transição protocolado pelo senador Marcelo Castro traga os mesmos R$ 198 bilhões além do teto, a novidade da proposta foi a delimitação em 4 anos para a retirada do Bolsa Família do Teto de Gastos.

“É razoável imaginar que o mercado apostará em desidratação do valor extra-teto, bem como do período de excepcionalidade. As sinalizações de Brasília sinalizam disposição de Lula em negociar. Informações a respeito desse tema continuarão sendo acompanhadas muito de perto pelos investidores”, apontam.

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