Pessimismo com fiscal faz Ibovespa cair 0,84% e fechar no pior nível desde janeiro, dólar sobe 0,99% e vai a R$ 6,09
Bolsa de valores hoje: veja como se comportaram o Ibovespa e o dólar nesta segunda-feira (16) e o que movimentou os ativos
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Depois de permanecer em estabilidade ao longo de parte do dia, o Ibovespa incrementou a queda perto do fim do pregão desta segunda-feira, com a disparada dos juros futuros de longo prazo.
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O índice recuou 0,84%, aos 123.560 pontos, bem perto da mínima do dia de 123.495 pontos.
Ao todo, 58 das 87 ações fecharam no negativo. Na máxima intradiária, ele chegou a tocar os 124.956 pontos.
Últimas em Ibovespa
Ibovespa hoje
A última vez que o principal índice da bolsa brasileira fechou abaixo de 124 mil pontos tinha sido em janeiro deste ano.
Segundo operadores ouvidos pelo Valor, o mercado realizou uma nova rodada de elevação dos prêmios de risco com notícias de que não foi definida uma data de votação do pacote fiscal na Câmara.
E que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, foi alertado de que precisará entrar em campo para que as medidas não sejam desidratadas.
A estreia das ações da Automob na B3 foi um dos destaques da sessão. Os papéis terminaram com alta de 180,09%, a R$ 0,47. A companhia é resultante da cisão do braço de concessionárias da Vamos.
Da mesma forma, os papéis do GPA avançaram 15,61% com notícia de que Nelson Tanure estaria montando posições na empresa por meio de fundos da Reag Investimentos.
Apuração do Valor, porém, trouxe que o investidor não teria elevado fatia na empresa agora.
O volume financeiro foi de R$ 16,6 bilhões, abaixo dos R$ 17,1 bilhões vistos na sessão anterior. Já na B3, o giro financeiro foi de R$ 22,7 bilhões.
Dólar hoje
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O câmbio doméstico sofreu deterioração relevante nesta segunda-feira, o que levou o dólar a encerrar o pregão em nova máxima histórica de fechamento contra o real.
O movimento aconteceu mesmo após o Banco Central voltar a atuar no mercado de câmbio, com venda de US$ 1,63 bilhão e só levou a moeda americana a se afastar, momentaneamente, da máxima de R$ 6,10.
A piora na percepção de risco, porém, impediu um alívio mais forte do real, que voltou a sofrer com um aumento nos prêmios de risco, diante das incertezas crescentes em torno da condução da política fiscal.
O dólar, assim, encerrou o pregão negociado a R$ 6,0942 no mercado à vista, em alta de 0,99%, próximo da máxima do dia (R$ 6,0980), em nova máxima histórica de fechamento.
Já o euro comercial subiu 1,12%, cotado a R$ 6,4045.
Bolsas de Nova York
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As bolsas de Nova York fecharam em alta na segunda-feira com exceção da Dow Jones que caiu pressionado pela queda da Nvidia, que recuou 1,6% e pela UnitedHealth que segue em baixa de 4,2% no dia.
Nasdaq subiu com impulso da Broadcom que avançou 11,21% , depois que a Barclays manteve a recomendação de compra da ação e elevou o preço-alvo de US$ 200 para US$ 205.
Na sexta, a empresa superou US$ 1 trilhão em capitalização de mercado pela primeira vez.
A Tesla subiu 6,2% depois que a Reuters informou que o presidente eleito Donald Trump provavelmente encerraria um programa que exige que as montadoras relatem acidentes que ocorrem enquanto os veículos usam sistemas avançados de assistência ao motorista.
No fechamento, a Dow caiu 0,25% a 43.717,48 pontos, enquanto a S&P 500 subiu 0,38% a 6.074,08 e o Nasdaq avança 1,24% a US$ 20.173,89.
Na quarta-feira, o mercado já precifica um corte de 0,25 ponto percentual pelo Fed com os juros recuando para o nível de 4,25% a 4,5%.
Porém, os investidores seguem cautelas com a mensagem do presidente Jerome Powell e com possíveis orientações para o futuro dos juros.
Principalmente depois que uma desaceleração na queda da inflação levou analistas a considerar a possibilidade de uma pausa em janeiro.
Bolsas da Europa
Os principais índices acionários europeus encerraram o dia em queda, com destaque para a baixa no setor de automóveis.
E após dados dos índices de gerente de compras (PMIs) de dezembro na zona do euro mostraram que a economia segue fraca na região.
O índice Stoxx 600 fechou em baixa de 0,12%, a 515,83 pontos.
O DAX de Frankfurt recuou 0,45%, a 20.313,81 pontos.
O FTSE, da bolsa de Londres, caiu 0,46%, para 8.262,05 pontos.
Já o CAC 40, de Paris, teve queda de 0,71%, para 7.357,08 pontos.
As ações de automóveis lideraram as perdas, com queda de quase 3% segundo o índice Stoxx 600.
Os papéis da Stellantis caíram 4,84%, com os investidores avaliando a nova estratégia da empresa após a saída repentina do diretor-presidente, Carlos Tavares.
Além disso, o PMI composto de dezembro da zona do euro, que reúne dados do setor industrial e de serviços, segue indicando contração.
“A situação no setor industrial ainda é bastante terrível”, diz o economista-chefe do Hamburg Commercial Bank, Cyrus de la Rubia.
“A Alemanha e a França, as duas maiores economias da zona do euro, estão atualmente em um período de incerteza política.”
Por fim, a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, indicou hoje que a autoridade monetária da zona do euro provavelmente continuará a reduzir as taxas de juros.
Isso ante a ameaça de tarifas comerciais pelos Estados Unidos, que podem prejudicar ainda mais as perspectivas de crescimento já fracas da zona do euro.
Com informações do Valor Econômico