Volatilidade da bolsa dispara com Lula e juros; o que fazer agora com as ações?

Especialistas explicam como a volatilidade do Ibovespa nos últimos dias saiu do padrão e o impacto sobre os investidores
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A volatilidade da bolsa aumentou devido à saúde de Lula e à alta dos juros. Investidores estão aflitos, mas especialistas recomendam paciência e cautela. A venda precipitada de ações pode resultar em perdas significativas. A situação política e econômica deve ser observada antes de tomar decisões drásticas.

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Os canais de comunicação da Convexa Investimentos foram acionados por clientes um tanto aflitos após a volatilidade da bolsa nos últimos dias. A vontade de muitos deles era vender suas participações em empresas da bolsa com a queda do Ibovespa, que chegou perto de 3% no pior momento do pregão de quinta-feira (12).

Quem conta é João Vitor Saccardo, sócio e assessor de investimentos da Convexa. Ele diz que as notícias sobre a deterioração da saúde de Lula, que poderia tirá-lo das eleições de 2026, fizeram a bolsa subir no início da semana. Logo depois, a notícia dos juros elevados em um ponto percentual causaram um derretimento do Ibovespa. E a impressão que ficou para alguns clientes era de cenário fora de controle.

Contudo, para quem soube manter a serenidade, não houve impacto financeiro. Mas, para parte dos investidores, as perdas foram realizadas. E, por isso, a queda acentuada.

Oscilações na bolsa

Veja como a volatilidade da bolsa aumentou na última semana em comparação com as oscilações em 12 meses, que chegaram aos menores níveis antes do repique recente.

Risco de realização de prejuízos

A volatilidade do Ibovespa teve como principal efeito o aumento da percepção de risco, iniciando um ciclo de realizações de prejuízo. Ou seja, investidores que veem outros vendendo suas posições e tomam o mesmo caminho por medo de registrar perdas ainda maiores no futuro.

Contudo, Saccardo alerta que agora não é o melhor momento para tomar decisões consideradas radicais. Sair agora dos papéis, em momento de volatilidade acima da média, pode significar perdas consideráveis.

E essa volatilidade pode se estender. Um dos principais motivos da queda desta quinta-feira (12), a alta dos juros, já está consolidada. Contudo, ainda há outro motivo para a alta volatilidade que pode se prolongar.

A saúde de Lula. As notícias sobre o quadro clínico do presidente têm causado grandes oscilações. Na quarta, perto das 16h, foi anunciado que o mandatário passaria por nova cirurgia. No momento seguinte, houve reação massiva do mercado: alta do Ibovespa e queda do dólar.

Isso porque o mercado entende que há aumento da percepção de que a candidatura de Lula em 2026 significaria aumento de risco para os ativos.

Assim, “a ideia agora é tentar ter uma pouco de paciência para entender o que pode acontecer no médio e longo prazos”, diz Saccardo. Ele diz que as decisões não têm a ver com a saúde do presidente, exatamente, mas com o cálculo político e econômico feito pelo mercado.

“É melhor agora não tomar nenhuma decisão e esperar o cenário se acalmar”, acrescenta.

Volatilidade: pode ser que você não saiba exatamente o real significado

Einar Rivero, consultor e sócio a Elos Ayta, explica que, em muitos casos, existe uma compreensão incorreta sobre o que é volatilidade.

“Se a ação sobe 10 pontos e desce outros 10, as pessoas entendem que existe alta volatilidade, mas é errado”, aponta.

Isso porque a volatilidade mede o quanto o ativo se afastou do seu padrão de comportamento.

Assim, o movimento dos últimos 12 meses do Ibovespa pode ser entendido como de baixa volatilidade. Ou seja, se aproxima da média. Contudo, o comportamento dos últimos dias, este sim, está fora do padrão.

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