Em semana cheia de indicadores, é largada da campanha eleitoral que deve agitar o mercado

Investidores estão atentos às propostas dos candidatos para a economia

Congresso Nacional (Foto: Pedro França/Agência Senado)
Congresso Nacional (Foto: Pedro França/Agência Senado)

Um monte de indicadores e eventos econômicos que podem mexer com as expectativas dos investidores serão divulgados nos próximos dias, mas é a política que vai concentrar as atenções nesta semana.

A campanha eleitoral de 2022 está oficialmente começando.

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O dia 15 de agosto é o último para o registro de candidaturas a presidente da República, governador, senador, e deputado federal, estadual e distrital. Na terça-feira (16), começa a ser permitida a propaganda eleitoral na internet, por alto-falantes, caminhadas, carreatas ou passeatas. (O horário eleitoral gratuito na televisão e no rádio tem início no dia 26.)

Nesta semana, também está prevista a divulgação de pelo menos quatro pesquisas de intenção de voto para presidente. Logo na segunda (15), saem a do Instituto FSB, contratado pelo banco de investimentos BTG Pactual, e a do Ipec (antigo Ibope), contratado pela TV Globo. Na quarta (17), é a do Instituto Quaest para o Banco Genial. Na quinta (18), PoderData, para uso próprio, e Datafolha, contratado pela Folha de S.Paulo.

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O presidente Jair Bolsonaro (PL), que concorre à reeleição, está prometendo mundos e fundos na área econômica, acenando para diversos segmentos da sociedade. Tem Auxílio Brasil permanente de R$ 600 para os mais pobres e revisão da tabela do imposto de renda para a classe média. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que tenta voltar ao cargo, está se vendo obrigado a garantir os mesmos R$ 600 como Auxílio Brasil permanente. Prometeu fazer a reforma administrativa do governo e sinalizou uma reforma tributária também.

Nos encontros de ambos com empresários nos últimos dias, entretanto, fica claro o desconforto com as perspectivas fiscais caso todos esses gastos de fato sejam liberados. O futuro da lei do teto de gastos é nebuloso, e não se sabe de onde vai vir o dinheiro para tantas benesses.

Por que importa?

Se aumenta o medo de calote por parte do governo, os investidores (locais e estrangeiros) vão pedir cada vez mais juros para emprestar dinheiro no mercado brasileiro. O risco das empresas também está atrelado ao risco do país, e a piora da confiabilidade do governo federal afeta todo mundo, num efeito dominó. Caso os estrangeiros resolvam sair em debandada, o dólar vai para as alturas, deteriorando, ainda, o cenário para a inflação. E se o governo fabricar mais dinheiro para cobrir o aumento de despesas? Joga a inflação nas alturas também. Em teoria, o melhor caminho é gastar melhor, cortando despesas em algumas áreas para atender outras mais prioritárias, mas o Brasil ainda não está pronto para essa conversa.

Como afeta os investimentos?

Quando a taxa de juros sobe, as aplicações em renda fixa são beneficiadas, e as de renda variável, como as ações negociadas em Bolsa de Valores, perdem atratividade.

Agenda da semana

Domingo (14)

  • 23h – China: Preços de imóveis, produção industrial, vendas no varejo e taxa de desemprego (julho)

Segunda-feira (15)

  • Divulgação de balanços antes da abertura do mercado: Metalúrgica Gerdau, Ômega Geração, Ânima
  • 8h25: Boletim Focus (semanal), do Banco Central
  • 9h: IBC-Br (julho), do BC
  • Divulgação de balanços após o fechamento do mercado: Nubank, Itaúsa, Rede D’Or, Caixa Seguridade, CSN, Vibra, Oncoclínicas, YUDQS, Multilaser, IRB, Alliar, Cruzeiro do Sul, Agrogalaxy, Clearsale, Espaço Laser, Lopes Brasil, Gafisa, Dotz, Westwing, GetNinjas

Terça-feira (16)

  • 9h30 – EUA: Licenças de construção e construção de moradias novas (julho)
  • 10h15 – EUA: Produção e vendas da indústria (julho)
  • 17h – EUA: Estoques de petróleo bruto

Quarta-feira (17)

  • 6h – Zona do Euro: Taxa de desemprego (julho), PIB (2o. trimestre)
  • 8h: IGP-10 (agosto), da FGV
  • 9h30 – EUA: Vendas no varejo (julho)
  • 15h – EUA: Ata da reunião do comitê de política monetária do Fed (Federal Reserve, o banco central americano)
  • 15h20 – EUA: Discurso de Michele Bowman, membro do comitê do Fed

Quinta-feira (18)

  • 6h – Zona do euro: Inflação ao consumidor (julho)
  • 9h: Reunião do CMN (Conselho Monetário Internacional)
  • 9h30 – EUA: Pedidos de seguro-desemprego (semanal); índice de atividade industrial do Fed de Filadélfia (agosto)
  • 11h – EUA: Vendas de moradias usadas (julho)
  • 14h20 – EUA: Discurso de Esther George, presidente da sucursal Kansas City e membro do comitê do Fed
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