O que a decisão de juros do Copom diz sobre a independência do Banco Central

BC não apenas elevou a taxa básica de juros da economia em 100 pontos-base como prescreveu o remédio amargo para 2025

O diretor de política monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo. Foto: Washington Costa/MF
O diretor de política monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo. Foto: Washington Costa/MF

Desde que se definiu que o Banco Central seria independente uma pergunta ronda Brasília como uma nuvem de poeira nos dias mais secos da capital federal. O BC vai ser mesmo independente? Então, hoje podemos afirmar que a resposta é positiva e há independência do Banco Central no Brasil.

Dessa forma, o que começou a ser construído por Roberto Campos Neto durante o seu mandato se consolidou em sua última reunião à frente do órgão.

Receba no seu e-mail a Calculadora de Aposentadoria 1-3-6-9® e descubra quanto você precisa juntar para se aposentar sem depender do INSS

Com a inscrição você concorda com os Termos de Uso e Política de Privacidade e passa a receber nossas newsletters gratuitamente

Então, o BC não apenas elevou a taxa básica de juros da economia em 100 pontos-base. Indicou que a dose do remédio aplicada em dezembro será a mesma nas duas primeiras reuniões de 2025.

Entenda os indícios de independência do Banco Central

Assim, essa decisão é importante porque tomada com o futuro presidente do BC na mesa. Então, Gabriel Galípolo assume em janeiro com o guidance definido.

Últimas em Economia

Mais dois cortes de 1 ponto percentual.

Campos Neto, podemos dizer, é mais identificado com a direita do espectro político. Galípolo, embora transite bem nos dois campos ideológicos, fica mais à esquerda e foi indicado pelo presidente Lula.

Não importa.

Então, o que importa é o que é melhor para a economia. Certa ou errada é essa a visão do BC. “Em função da materialização de riscos, o Comitê avalia que o cenário se mostra menos incerto e mais adverso do que na reunião anterior. Persiste, no entanto, uma assimetria altista no balanço de riscos para os cenários prospectivos para a inflação”, indica o comunicado.

Ah, todos referendam a decisão. Assinam o comunicado Campos Neto e Galípolo. Não é exagero assinar que hoje assinam a verdadeira carta de independência do Banco Central.

Mas é preciso calma

Esse foi o segundo passo em linha com a independência do Banco Central. O primeiro foi construído aos poucos, como dissemos, com a gestão de Campos Neto. E o segundo foi dado de uma vez. Com a atual decisão sobre os juros.

Então, fica claro que são dois passos importantes e talvez definitivos, mas apenas a sequência dos dias, meses e reuniões do Copom vão indicar se o cenário atual é mesmo pra sempre.

Dessa maneira, a decisão de elevar a Selic para 12,25% ao ano também reduz de cara a desconfiança do mercado em torno de Galípolo.

Afinal, parecia se cristalizar no mercado a imagem de que por ser indicado por Lula, Galípolo começava o campeonato à frente do BC em 2025 com dez pontos a menos na tabela. E a competição por lá é de pontos corridos. Dura e difícil.

Mas parece um bom começo.

A Inteligência Financeira é um canal jornalístico e este conteúdo não deve ser interpretado como uma recomendação de compra ou venda de investimentos. Antes de investir, verifique seu perfil de investidor, seus objetivos e mantenha-se sempre bem informado.

Mais em Banco Central


Últimas notícias

VER MAIS NOTÍCIAS