Quais seminovos sedãs mais se valorizaram? Modelo de 2019 sai na frente

Num movimento atípico, os carros usados passaram a valer mais depois de anos de uso em vez de valer menos, como é de costume

HB20 2019 é o seminovo que mais se valorizou recentemente, mostra pesquisa
Foto: Divulgação
HB20 2019 é o seminovo que mais se valorizou recentemente, mostra pesquisa Foto: Divulgação

Imagine comprar um carro, usar e depois conseguir revender por um preço acima do que pagou? Ter um lucro com a venda de um carro seminovo já é possível no atual cenário de falta de peças que faz com que a oferta de veículos novos seja reduzida, aponta levantamento da Mobiauto, empresa de anúncio de veículos.

E quando cai a oferta, sobe a demanda e também os preços. Quando os preços dos modelos novos aumentam, as versões anteriores acabam se valorizando também. E é justamente isso que tem acontecido. Em média, os seminovos custam 7% a mais que no dia em que saíram da concessionária.

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Na categoria de sedãs, o modelo que mais se valorizou já têm três anos de idade. As cotações do coreano Hyundai HB20S 2019 subiram 17,65% entre o primeiro semestre de 2021 e o de 2022, com Nissan Versa e VW Voyage, ambos também 2019, na segunda e terceira posições cada um com alta de 16,05% e 14,75%, respectivamente.

Na ponta dos menos procurados, está Ford Ka Sedan 2021, com valorização de apenas 1,42%, embora mais novo que os primeiros lugares da lista de 10 modelos da categoria. Descontinuado, o “lanterninha” da pesquisa, dentre os modelos ainda em produção, foi o Renault Logan 2021, com 3,92% de alta nos preços no último ano.

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“É um segmento que exibe um comprador muito fiel, no qual não costuma haver novas peças com frequência nesse tabuleiro. Dos dez modelos pesquisados, nenhum é, digamos, novidade. Por isso mesmo há de se destacar a relevância do HB20S, que vem conquistando admiradores a cada ano e hoje é o modelo mais valorizado do país”, diz, em nota, o consultor Sant Clair Castro Jr, presidente da Mobiauto.

Chama a atenção, também, na análise de versões que mais ganharam preços neste último ano, a predominância do Hyundai HB20S. “O resultado é transparente: dos dez mais, o modelo da marca de origem sul-coreana obteve metade das indicações no ranking. Ele é o grande negócio em sedãs compactos, sob o ponto de vista financeiro, no mercado brasileiro atual”, diz Castro Jr, destacando ainda a boa presença do Honda City.

Pesquisa Mobiauto revela: os sedãs compactos seminovos que mais valorizaram em 2022 foram Hyundai HB20S e Nissan Versa.

Segmento dominado em tempos passados por montadoras de grande volume, como Fiat, GM e Volkswagen, os sedãs compactos possuem novos líderes nesta era. Uma década atrás, ninguém acreditaria na supremacia de modelos de origem asiática (marcas japonesas ou sul-coreanas), mas é fato. Em pesquisa exclusiva, a Mobiauto dá o mapa da mina nesse relevante nicho de mercado, ainda responsável por 5,85% das vendas globais de automóveis e comerciais leves em 2021.

Nesse levantamento exclusivo foram apuradas as cotações dos principais sedãs compactos do mercado nacional (Chevrolet Onix Plus, Fiat Cronos, Ford Ka Sedan, Honda City, Hyundai HB20S, Nissan Versa, Renault Logan, Toyota Yaris Sedan, VW Virtus e VW Voyage), em modelos 2019, 2020 e 2021. Somando-se as versões de todos eles, a pesquisa analisou preços de 142 veículos, sempre comparando a média de preços do 1º semestre de 2021 versus igual período deste ano. E daí o percentual de variação nos valores.

Quem manda nos sedãs, hoje, é a Hyundai, com seu HB20S. De toda a pesquisa, o modelo mais valorizado foi o 2019, com 17,65% de alta nos preços. Mas ele foi além: das dez versões que tiveram os maiores reajustes nos preços, o sedã da linha HB20 foi responsável por cinco, com correções sempre acima de 19%. Bom negócio, hein? Você compra seu carro, usa por um ano e ainda vê seu capital aumentar cerca de um quinto!?

É preciso explicar o porquê dessa distorção, no entanto, uma vez que o usual seria falar de “depreciação”, e não de “valorização”.

O mercado brasileiro de automóveis vive um período atípico. Desde que a pandemia desembarcou no país, em março de 2020, a produção foi comprometida pela falta de alguns componentes nas linhas de montagem – em especial os semicondutores, que são dispositivos usados em todo tipo de veículo. Como consequência, as montadoras priorizaram a fabricação de modelos mais caros, restringindo a produção dos mais acessíveis.

Como? Aumentando preços. Em outra recente pesquisa promovida pela Mobiauto, o Fiat Mobi foi destacado como o seminovo mais valorizado do país. Quem adquiriu um ano atrás o compacto da Fiat zero km pagou R$ 47.255. Em 2022, esse mesmo carro passou a custar R$ 57.068. Isso dá mais de 20% de aumento.

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