Por que o J.P. Morgan está otimista com as bolsas nos EUA
Na contramão, banco americano vê potencial de alta de até 10% nas cotações das ações até o fim de junho
As maiores gestoras de recursos do mundo parecem prontas a dar um impulso às ações, com US$ 250 bilhões em investimentos que podem estimular as compras por fundos quantitativos, segundo projeções do J.P. Morgan. Isso poderia acrescentar 10% aos valores das ações até o final de junho.
O banco estima que fundos soberanos, de pensão e fundos mútuos vão recompor suas carteiras em favor de ações nas próximas semanas para cumprir suas metas de alocação, na maior campanha de reequilíbrio desde o primeiro trimestre de 2020.
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As novas alocações podem estimular uma virada para tomada de risco entre os “commodity trading advisors”, um grupo influente de investidores que buscam tendências e que atualmente têm posicionamento de baixa. Tudo isso poderia exercer uma influência descomunal sobre os preços das ações no atual clima de baixa liquidez.
“Dada a baixa profundidade do mercado de ações no momento, o impacto cumulativo desse fluxo de reequilíbrio nas ações até o final de junho pode exceder 10%”, disse o estrategista do J.P. Morgan Nikolaos Panigirtzoglou em entrevista.
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O cenário otimista defendido por Panigirtzoglou, um especialista em fluxos de capital de Wall Street, segue a queda das ações americanos para perto de um cenário de “bear market” na semana passada, com ameaças ao crescimento econômico e a postura “hawkish” (pró-aperto monetário) do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) gerando temores entre investidores.
Os estrategistas do J.P. Morgan têm dado uma mensagem otimista há meses, uma discrepância em um mercado cada vez mais em baixa. O estrategista do Morgan Stanley, Michael Wilson, alertou na segunda-feira que o principal indicador de ações dos EUA pode cair 13% em relação aos níveis atuais em meio a riscos crescentes para a expansão econômica. Participantes de uma pesquisa do blog MLIV da Bloomberg esperam um declínio adicional de 10% em relação ao nível de fechamento de sexta-feira.
O J.P. Morgan tinha previsto um impulso para os mercados globais de até 10% a partir dos fluxos de reequilíbrio trimestral em março. Embora isso tenha se mostrado excessivamente otimista, o MSCI World Index, registrou um avanço de 2,5%, o único mês de ganhos durante todo o ano.
Os fundos de pensão e soberanos que formam a espinha dorsal da comunidade de investimentos normalmente reequilibram suas exposições de mercado a cada trimestre para voltar às suas alocações de 60% de ações e 40% de títulos.
As quedas nos valores do mercado de ações agora os deixaram aquém de suas metas. Para voltar ao equilíbrio, começarão a movimentar cerca de US 45 bilhões de títulos para ações até o final do mês, e então transferirão outros US 207 bilhões até o final de junho, segundo o banco americano.