Prates diz que Petrobras (PETR3; PETR4) não está segurando aumento dos combustíveis
Fala do presidente da estatal veio após encontro com Lula, o que elevou rumores sobre possível pedido do governo para adiar reajustes
O presidente da Petrobras (PETR3; PETR4), Jean Paul Prates, disse ao Broadcast que não procedem rumores de que iria aumentar entre terça e quarta os preços dos combustíveis, e que teria voltado atrás a pedido do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, com quem esteve reunido mais cedo, ao lado de todos os diretores da empresa e outras autoridades.
Após forte avanço na véspera, na faixa de 5%, as ações da petroleira exibiram perdas firmes na sessão desta terça-feira (1) na B3. Os papéis preferenciais (PETR4) recuaram 1,64%, enquanto os ordinários (PETR3) baixaram 2,10%.
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Segundo Prates, a reunião, que durou 2 horas, teve por objetivo apresentar os investimentos planejados pela estatal e o que já foi feito nos seis primeiros meses de gestão.
“A reunião foi para falar de investimentos, para arrematar o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) com todos os nossos diretores, o MME e a Casa Civil. Foi uma organização geral dos temas com os ministros e o Presidente”, informou Prates.
Ele credita os boatos sobre a interferência do governo nos preços aos insatisfeitos com a mudança de rumo da Petrobras, que abandonou a política de paridade de importação (PPI) em meados de maio e adotou uma estratégia comercial mais competitiva.
Com a PPI, segundo Prates, os concorrentes podiam prever os movimentos da empresa, o que reduzia a competição.
“Em nenhum momento falamos de preço, pode ser que lá na frente eu tenha que chegar e dizer que vou aumentar, mas não vou aumentar agora, estamos confortáveis com essa volatilidade”, disse o ex-senador, ressaltando que o petróleo está em queda nesta terça.
“Se o preço se estabelecer em outro patamar, vamos ponderar e fazer o reajuste necessário”, garantiu.
Prates afirmou que o trauma maior do aumento de preços foi registrado nas gestões anteriores, lembrando que em 2017, por conta do PPI, uma greve de caminhoneiros mostrou como a política da PPI estava errada.
“Foram 118 reajustes em um único ano (2017), isso desestabiliza o mercado”, avaliou Prates.
De acordo com o executivo, quem reclama da falta de reajustes são importadores ineficientes, e que, para a Petrobras, não existe a diferença de 25% no preço vendido na refinaria na comparação com o mercado internacional.
“Até nisso a Petrobras é mais eficiente. Para nós não existe esse descolamento de preços de 25% como apontam”, concluiu.
Com informações do Estadão Conteúdo