Otimismo do brasileiro com ano novo é o menor desde 2020, diz Datafolha

Pela primeira vez em cinco anos, menos da metade dos entrevistados acha que a situação será melhor

Como está a inflação hoje no Brasil? Confira as principais variações de preços captadas pelo IPCA-15 de outubro. Foto: Ricardo Moraes/Reuters
Como está a inflação hoje no Brasil? Confira as principais variações de preços captadas pelo IPCA-15 de outubro. Foto: Ricardo Moraes/Reuters

O otimismo do brasileiro com o ano novo caiu para o menor patamar desde 2020, segundo pesquisa do Datafolha.

Pela primeira vez em cinco levantamentos, menos da metade dos entrevistados (47%) afirma que a população terá uma situação melhor no próximo calendário.

Receba no seu e-mail a Calculadora de Aposentadoria 1-3-6-9® e descubra quanto você precisa juntar para se aposentar sem depender do INSS

Com a inscrição você concorda com os Termos de Uso e Política de Privacidade e passa a receber nossas newsletters gratuitamente

Os números são acompanhados da expectativa de que a inflação subirá.

Além disso, uma fatia maior mais prevê enfraquecimento do poder de compra dos salários.

Últimas em Economia

O otimismo com o novo ano alcançava 61% dos entrevistados um ano antes.

Maior pessimismo em cinco anos, diz Datafolha

Percentual similar (60%) foi registrado no fim de 2022, logo após a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

As expectativas também eram melhores na época da pandemia.

Em dezembro de 2020, 58% dos entrevistados achavam que a situação melhoraria no exercício seguinte.

No fim de 2021, após a chegada das vacinas e a reabertura de atividades, o indicador saltou para 73%.

No levantamento mais recente, o grupo mais pessimista cresceu para o maior tamanho em cinco anos.

Os que apostam que o próximo exercício será pior para a população representavam 18% do total um ano atrás e agora são 25%.

O mais recente levantamento do Datafolha aconteceu nos dias 12 e 13 de dezembro de 2024, semanas após o governo apresentar um pacote de ajuste fiscal.

Economistas consideraram as medidas insuficientes para sanar preocupações com as contas públicas e em meio a patamares recordes do dólar.

As entrevistas também aconteceram logo após a decisão do Banco Central de elevar a taxa básica de juros em 1 ponto percentual, para 12,25% ao ano, e sinalizar mais dois aumentos no começo de 2025.

Medo de aumento de preços e perda do poder de compra

A pesquisa também mostra um salto no pessimismo com o nível dos preços.

O percentual dos entrevistados que veem a inflação piorando daqui para frente saiu de 51% um ano atrás para 67% agora.

O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), que encerrou 2023 em 4,62%, deve fechar 2024 em 4,91%, segundo projeção mediana de analistas e economistas ouvidos pelo boletim Focus.

Em determinados recortes, a aceleração se mostra especialmente mais alta.

Os preços do grupo de combustíveis, por exemplo, subiram 8,78% em 12 meses terminados em novembro de 2024 (mais recente dado disponível).

Alimentos e bebidas, 7,63%. Saúde e cuidados pessoais, 6,06%.

De acordo com o Datafolha, a maior parte dos entrevistados não vê os salários avançando no mesmo ritmo da alta dos preços.

A parcela dos que acham que o poder de compra vai diminuir saiu de 30% do total um ano atrás para 39% agora. Outros 31% apostam que vai ficar como está (eram 33%) e 27% acham que vai aumentar (eram 34%).

Por outro lado, há menor pessimismo com o desemprego na comparação com a última pesquisa.

O percentual dos que acham que o indicador vai aumentar saiu de 46% em março para 41% agora.

A Inteligência Financeira é um canal jornalístico e este conteúdo não deve ser interpretado como uma recomendação de compra ou venda de investimentos. Antes de investir, verifique seu perfil de investidor, seus objetivos e mantenha-se sempre bem informado.

Mais em Macroeconomia


Últimas notícias

VER MAIS NOTÍCIAS