OMC examina Brasil e aponta dependência maior na exportação de commodities

OMC explica em relatório de política comercial brasileira que país está mais dependente da China e do vai e vem de commodities

Agropecuária sobe entre os ítens da exportação do Brasil - Foto: William William/ Unpslash)
Agropecuária sobe entre os ítens da exportação do Brasil - Foto: William William/ Unpslash)

O Brasil ampliou sua integração na economia mundial nos últimos anos, mas com exportações cada vez mais concentradas em commodities e importações dominadas por bens industriais, constata a Organização Mundial do Comércio (OMC) no exame da política comercial brasileira, iniciada ontem e que termina nesta sexta-feira.

Esse exercício periódico leva os parceiros a examinar as políticas do país, e não apenas focando nos fluxos comerciais, com base em amplo relatório de economistas da OMC. Desta vez, a entidade aponta uma abertura brasileira, com a parte das exportações e importações de mercadorias e serviços do país passando de 24,3% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2017 para 39,2% em 2021.

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Brasil está mais dependente de commodities

No caso das exportações de mercadorias, são mais e mais concentradas em produtos de base, por exemplo, os produtos de origem vegetal, animais vivos e produtos petroleiros e minerais. No caso de petróleo e minerais, a fatia nas exportações cresceu de 19,4% para 31,3% entre 2017 e 2021.

A OMC constata que o Brasil continua a ser um ator importante no comércio mundial de alguns produtos de base agrícola, como soja, carnes bovinas e de frango, açucar, suco de laranja e café. Em 2021, a parte do setor agrícola no valor agregado bruto era de 8,1% comparado a 5,7% em 2017 e sua parte no emprego era de 9,7%.

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As importações, de seu lado, continuam dominadas por bens industriais. A OMC nota que, embora em recuo, o setor manufatureiro brasileiro continua relativamente importante, representando 11,3% do valor agregado bruto em 2021, e diversificado.

Por sua vez, o setor de serviços, componente essencial da competitividade global na exportação, representa a parte mais importante do valor agregado bruto, de 69,8% em 2021, e de criação de emprego no Brasil. “No entanto, apesar de melhoras em certos setores, os serviços sofrem sempre de deficiências estruturais que freiam o potencial de crescimento da economia no seu conjunto”, avalia a OMC.

OMC destaca relação entre Brasil e China

A entidade destaca também a importância crescente no comércio exterior do Brasil, sobretudo na relação com a China, e a baixa relativa de peso das Américas. O comércio de mercadorias com os parceiros do Mercosul também diminuiu, sobretudo no caso das exportações.

O volume de exportações brasileiras para a China passou de 22,1% do total em 2017 para 31,3% no ano passado. Já no caso dos EUA, diminuiu no período de 12,6% para 11,2%. Para a União Europeia, de 14,1% para 13,0%. Já a queda das exportações brasileiras para a Argentina foi brutal, de 8,2% do total para 4,2% no período examinado.

Por sua vez, de tudo o que o Brasil importou em 2021, nada menos de 22,8% vieram da China comparado a 17,5% em 2017. As compras de produtos dos EUA e da Argentina ficaram mais ou menos estáveis. E caíram junto à EU (de 19,9% para 17,1%).

A OMC nota que o Brasil continua a fornecer vários programas de “incitação”, ou seja, subsídios. Inclui subvenções condicionadas ao respeito de critério do processo de produção de base (PPB), estabelecido para utilizar o máximo das capacidades de produção instalada no país.

No geral, o relatório sobre o Brasil é positivo. E recomenda, como em vezes anteriores, para o país avançar em reformas estruturais para melhorar a produtividade em diversas áreas, além de reformar o regime tributário e de subsídios, e diminuir a burocracia.

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