Objetivo do real digital é ‘fomentar novos negócios’, diz Campos Neto

Presidente do BC afirmou que piloto de funcionamento da moeda digital brasileira ocorre no próximo mês

Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central. Foto: Alan Santos/Presidência
Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central. Foto: Alan Santos/Presidência

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, afirmou nesta segunda-feira que o modelo de moeda digital brasileiro tem mais o objetivo de “fomentar novos negócios” no segmento de serviços financeiros, diferentemente do que é visto por outros países em seus estudos de tokenização das moedas soberanas.

Campos Neto também destacou que “no mês que vem já vamos ter um piloto da moeda digital”.

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“A ideia é ter algo funcionando no máximo de 2024”, disse em evento promovido pelo Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP), em Brasília.

No evento, Campos Neto afirmou também que o BC está “trabalhando muito” com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) na regulação de criptoativos. “É importante a CVM estar 100% alinhada com a gente”, disse.

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Risco de custódia

Ele também relatou que, há aproximadamente um ano, participou de reunião sobre criptoativos com a secretaria do Tesouro americano, Janet Yellen. Ele disse que destacou para Yellen dois problemas principais que enxergava no setor: uma “custódia muito concentrada”, com três agentes ocupando 90% dos mercados; o “custodiante tomando risco”.

“Se eu tomo risco, não deveria oferecer o serviço”, disse. De acordo com ele, “se não houvesse proibição de bancos serem custodiantes” de criptoativos, “talvez não teríamos problema da FTX”, referindo-se à empresa com sede nas Bahamas que foi à falência no ano passado.

Pix internacional

O presidente do BC afirmou que a autoridade monetária está negociando a formação de um “bloco” de pagamentos instantâneos com Colômbia, Uruguai, Chile e Equador, nos moldes do Pix.

“Estamos olhando em como fazer o Pix internacional”, disse.

A respeito de novas funcionalidades do sistema de pagamentos instantâneos do Brasil, Campos citou, entre outros exemplos, o Pix automático, que funcionaria de maneira “similar ao débito em conta” e como “nova alternativa para pagamentos recorrentes”.

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