O grande assunto da semana é: o rumo dos juros

Bancos centrais no Brasil e nos EUA decidem se as respectivas taxas básicas vão subir

- Ilustração: Marcelo Andreguetti
- Ilustração: Marcelo Andreguetti

Dois eventos importantíssimos para a economia e os investimentos têm lugar nesta semana. Na quarta-feira (16), o Banco Central do Brasil e o Fed (Federal Reserve, o BC dos Estados Unidos) anunciam se haverá ou não mudança na taxa básica de juros para os respectivos países.

No Brasil, a expectativa dos analistas é de um aumento da Selic entre 1 e 1,5 ponto percentual, para 11,75% ou 12,25% ao ano. O BC está tentando controlar a inflação no país, que está no maior nível em sete anos. Na semana passada, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) informou que o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) ficou em 1,01% em fevereiro, a taxa mais elevada para esse mês desde 2015. No acumulado em 12 meses, atingiu 10,54%. As apostas em um aumento de 1,5pp da Selic cresceram nos últimos dias por causa da decisão da Petrobras de aumentar a gasolina, para as refinarias, em 18,7%; o diesel, em 24,9%; e o gás de cozinha, em 16%. Altas dos combustíveis têm efeito dominó, porque afetam o transporte público, os alimentos, serviços.

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Nos EUA, a previsão é de que o Fed aumente os juros pela primeira vez desde antes da pandemia. Atualmente entre 0 e 0,25% ao ano, devem subir 0,25 ponto percentual. No entanto, há especialistas do mercado financeiro que especulam sobre uma manutenção da taxa por causa das incertezas despertadas pela guerra entre a Rússia e a Ucrânia.

O conflito já está gerando uma onda mundial de inflação por encarecer os combustíveis no mercado internacional (o que obrigada a reajustes internos, como o da Petrobras) e os alimentos. Não dá para conbater esse tipo de alta de preços, causada por queda da oferta e não aquecimento da demanda, com aumento de juros. Em um cenário tão negativo, elevar as taxas poderia empurrar o país para a recessão. Os EUA ainda são a locomotiva do mundo e o segundo maior parceiro comercial brasileiro, o que significa que uma desaceleração da economia no país teria efeitos danosos globais, potencializados pelo fato de que a pandemia de Covid-19 ainda não acabou.

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Como afeta os investimentos?

Aumentos de juros tornam as aplicações em renda fixa mais atraentes, tirando recursos da Bolsa de Valores. Ações das empresas de varejo, cujos clientes muitas vezes dependem de crédito para comprar, podem ser mais duramente atingidas pela alta, assim como as que têm muitas dívidas.

Para acompanhar

Pandemia de Covid-19

A China, país onde surgiu o novo coronavírus, está enfrentando um novo surto da infecção por causa da variante Ômicron, mais contagiosa. No sábado (12), o governo anunciou que 1.524 casos com transmissão local foram identificados no país, depois de 1.100 no dia anterior. Em Xangai, as instituições de ensino suspenderam as aulas presenciais e voltaram ao modelo online.

Guerra na Ucrânia

Com dificuldade de avançar na Ucrânia, a Rússia tem aumentado a violência dos ataques. Um bombardeio a uma base militar perto da fronteira com a Polônia matou ao menos 35 pessoas na manhã deste domingo (13). Do outro lado da divisa, que também marca o início da zona leste da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), os EUA estão reforçando as defesas.

Aplicativos de transporte

A Uber e a 99 anunciaram aumentos nas tarifas para tentar amortecer o impacto do aumento da gasolina para os motoristas parceiros. O ajuste da Uber será de 6,5%, repassado ao preço final das corridas, e o da 99, de 5% na remuneração dos motoristas, sem atingir os usuários.

Agenda

Segunda (14)

  • 8h25: Boletim Focus, do BC
  • Bolsa B3 passa a encerrar o pregão uma hora mais cedo, às 17h; a abertura continua às 10h
  • Balanços: Ambipar, Direcional, EcoRodovias, Gol, Magazine Luiza

Terça (15)

  • 9h30 – EUA: Índice de Preços ao Produtor de fevereiro
  • Balanços: CVC, Iguatemi, Smartfit, Yduqs

Quarta (16)

  • 8h: IGP-10, da FGV
  • 10h30 – EUA: Vendas no varejo em fevereiro
  • 12h30 – EUA: Estoques de petróleo bruto
  • 15h – EUA: Decisão do Fed sobre os juros
  • 18h: Decisão do BCB sobre os juros
  • Balanços: Aliansce Sonae, Braskem, Lojas Marisa, Braskem, MRV, Petz

Quinta (17)

  • 8h: IBC-Br de fevereiro, do BC
  • 10h30 – EUA: Pedidos iniciais de seguro-desemprego
  • 10h30 – EUA: Índice de atividade industrial do Fed da Filadélfia referente a fevereiro
  • 11h15 – EUA: Produção industrial em fevereiro
  • Balanços: B3, CPFL, Cyrela, Energisa, EZTec, Fleury, Pagseguro, Renner, Stone, Vivara

Sexta (18)

  • 9h: Taxa de desemprego, do IBGE
  • 12h – EUA: Vendas de casas usadas em fevereiro
  • Balanços: Gafisa, M. Dias Branco
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