Mercadante defende ‘medidas novas’ para sustentar o varejo após crise da Americanas
Uma das propostas é a criação de um mecanismo de financiamento para fornecedores associado a empresas âncoras
O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, afirmou na terça-feira (14) que há dois mecanismos fundamentais para fortalecer o varejo após a crise envolvendo as Lojas Americanas.
Segundo Mercadante, uma das propostas do banco é a criação de um mecanismo de financiamento para fornecedores associado a empresas âncoras. “Nós precisamos de medidas novas para dar sustentação ao setor do varejo. Ele representa 12% dos empregos, gera muita renda e nesse momento precisa de crédito”, disse o presidente do banco.
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Mercadante falou sobre o assunto em entrevista coletiva de imprensa após a divulgação dos resultados do banco em 2022.
O presidente do BNDES ressaltou que a criação de uma linha de crédito específica para ajudar os fornecedores da Americanas, sugerida por ele no mês passado, depende de aprovação do governo federal. Segundo Mercadante, outro mecanismo fundamental para reduzir a aversão ao risco nesse momento é o fortalecimento do Fundo Garantidor.
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“Nós precisamos fortalecer o Fundo Garantidor para poder reduzir a aversão ao risco nos fornecedores e poder retomar as linhas de crédito e reverter esse ambiente que ficou a partir do impacto – que foi muito grande – da manipulação ou dos indícios de manipulação de balanço da Americanas”, afirmou.
O presidente do BNDES disse ainda que se reuniu com o Instituto para o Desenvolvimento do Varejo (IDV) e abriu uma mesa de negociações conjunta com a entidade.
Lucro do BNDES em 2022
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social fechou 2022 com lucro líquido recorrente de R$ 12,5 bilhões. O lucro contábil, que considera também efeitos extraordinários foi de R$ 41,7 bilhões.
O diretor financeiro e de crédito digital para MPMEs do banco de fomento, Alexandre Abreu, explicou que a diferença se deveu principalmente aos dividendos recebidos como acionista da Petrobras, que somaram R$ 17,2 bilhões no ano passado.
O lucro também sofreu os efeitos de vendas de participações na carteira de renda variável.
Em sua apresentação, Abreu lembrou que quatro empresas – Petrobras, Eletrobras, Copel e JBS – somam 77% da carteira de renda variável, ou R$ 62,7 bilhões. Além disso, lembrou que, antes de 2008, o banco de fomento emprestava anualmente, em média, 2% do PIB, patamar que caiu até 0,7% do PIB em 2021.