Maiores PIBs do mundo: veja ranking e desafios do país para superar a Itália
Maiores economias do mundo: Brasil entra no top 10 e, segundo Lula, pode avançar ainda mais este ano; mercado aponta desafios
O presidente Lula disse recentemente que o Brasil passaria a Itália nos próximos meses e se tornaria a oitava maior economia do planeta. Além disso, poderia chegar à sexta colocação até 2026. No seu melhor momento, em 2011, o Brasil esteve perto de ficar em sexto entre os maiores PIBs do mundo. Mais tarde, com as crises política e econômica, saiu do top 10.
Assim, com o crescimento de 2023 o Brasil voltou a figurar entre as dez maiores economias do mundo. O PIB do Brasil está atualmente em US$ 2,17 trilhões. Agora, com a alta esperada de mais de 2% para 2024, a expectativa é que o país avance novamente no ranking das maiores economias do mundo.
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A alta do PIB tem sido motivada principalmente pelo aumento do consumo das famílias. Anteriormente, quando o país viveu seu melhor momento em termos de PIB, também o avanço da renda foi um dos principais motores.
Contudo, há alertas de especialistas sobre a viabilidade dessas projeções.
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Veja hoje como está a lista dos dez maiores PIBs do mundo
Colocação | País | PIB |
1ª | Estados Unidos | US$ 27,3 trilhões |
2ª | China | US$ 17,7 trilhões |
3ª | Alemanha | US$ 4,45 trilhões |
4ª | Japão | US$ 4,21 trilhões |
5ª | Índia | US$ 3,57 trilhões |
6ª | Reino Unido | US$ 3,34 trilhões |
7ª | França | US$ 3,03 trilhões |
8ª | Itália | US$ 2,25 trilhões |
9ª | Brasil | US$ 2,17 trilhões |
10ª | Canadá | US$ 2,14 trilhões |
Desafios para Brasil avançar na lista de maiores PIBs do mundo
Alguns agentes do mercado dizem que a concretização desse cenário, de alta de mais de 2% para o PIB brasileiro, ainda requer cautela. E um dos pontos é exatamente a crise climática e o impacto da tragédia no Rio Grande do Sul.
As enchentes no Rio Grande do Sul podem afetar negativamente as projeções para 2024. A Fiesp disse que o impacto pode ser de R$ 39,4 bilhões e uma queda de 5,3 pontos percentuais no PIB do Rio Grande do Sul. Anteriormente, as projeções eram de alta de 4,7% do PIB gaúcho.
Ainda assim, o Itaú BBA mantém projeções de alta de 2,3% para o PIB do Brasil em 2024. Porém, o banco destaca que a tragédia traz “maior incerteza para o segundo trimestre e algum viés de baixa” para as previsões.
Efeito da redução do PIB do Rio Grande do Sul pode ser maior que o previsto
Contudo, embutir apenas a redução do PIB do Rio Grande do Sul no total da economia brasileira “é uma conta equivocada”. Essa é a visão do economista André Perfeito. A conta pode ser pior porque “os problemas de escoamento e transporte do estado” podem afetar a economia do restante do país, tendo em vista que o Rio Grande do Sul é “a porta de entrada para o Mercosul”.
Por outro lado, a tragédia no Rio Grande do Sul deve aumentar os investimentos. Porém, isso pode ser sentido apenas mais adiante. “O efeito esperado para 2025 será de reconstrução”, complementa o economista.
Outro fator que inspira certa cautela na projeção para este ano é a condução da política monetária, que está mais contracionista do que o mercado esperava inicialmente.
O que é PIB?
Resumidamente, PIB é toda a riqueza produzida em uma região durante determinado período de tempo. O crescimento desse PIB geralmente é calculado levando em conta a comparação anual, para evitar as distorções relacionadas a períodos específicos.
Por exemplo, no Brasil dependendo da época o agronegócio aumenta ou diminui sua participação nesse crescimento. Isso porque a participação do agro tende a crescer nos períodos de safra e encolher durante o plantio.
Vale lembrar que o agronegócio tem a maior participação setorial no PIB brasileiro, superando, com sobras, serviços e indústria.
PIB e outros indicadores para medir o desempenho da economia
O fato de ter um PIB crescente não é sinal de que todos os problemas estejam sendo resolvidos. “O fato de ter o PIB maior, mas a custa de destruição do meio ambiente e capacidade de produzir nos anos seguintes é um problema”, exemplifica o economista Roberto Troster.
Além disso, outro problema que o PIB não calcula é o excesso de concentração de renda. Para medir se esse problema está sendo combatido, o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) é um indicador mais apropriado.
Além disso, há o PIB per capita, que mede a quantidade de riqueza dividida pela população da região. Esta consegue reduzir distorções relacionadas ao tamanho da população.
Há ainda tentativas de criar indicadores para medir o bem-estar das populações, algo não capturado de maneira precisa pelos indicadores apontados acima.
Nesse cenário, “a comparação por PIB ainda é a mais utilizada (para comparar desempenho dos países), e fácil de medir”, acrescenta Troster.