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Juros futuros têm forte queda com expectativa por anúncio de corte de gastos
Os juros futuros fecharam o pregão desta segunda-feira (4) em forte queda, movimento apoiado pela expectativa de que o governo anuncie em breve o de medidas de redução dos gastos. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu hoje com ministros da equipe econômica para delinear os últimos detalhes do pacote fiscal, o que deu espaço para os investidores retirassem parte do prêmio de risco precificado na curva a termo nos últimos pregões.
Além da pauta fiscal, um ambiente externo mais benigno também apoiou o fechamento da curva doméstica. As taxas dos títulos do Tesouro americano (Treasuries) anotaram recuo firme, à medida que o mercado ajusta suas posições para uma disputa apertada na eleição presidencial dos Estados Unidos amanhã.
Ao fim do pregão, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento de janeiro de 2026 caiu de 13,09% do ajuste anterior a 12,88%; a do DI de janeiro de 2027 teve queda de 13,275% a 13,03%; a do DI de janeiro de 2029 recuou de 13,29% a 13,04% e a do DI de janeiro de 2031 despencou de 13,22% a 12,97%.
Já a taxa do Treasury americano de dois anos anotou queda de 4,224% a 4,179%, enquanto a do título de dez anos cedeu de 4,397% para 4,301%.
Diante do ambiente de estresse local por conta da incerteza fiscal, as sinalizações dadas hoje por Haddad foram no sentido de acalmar o mercado, que segue aguardando com ansiedade o anúncio das medidas fiscais. O ministro da Fazenda esteve reunido hoje com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante à tarde, junto das titulares das pastas de Planejamento, Simone Tebet, e da Gestão e Inovação, Esther Dweck.
Para Guilherme Preciado, sócio e membro da equipe de gestão do fundo Opportunity Total, a tendência é que o governo anuncie um ajuste fiscal suficiente para levar a uma apreciação dos ativos domésticos no curto prazo. Segundo ele, a dinâmica vista recentemente é similar a que ocorreu em outros momentos do ano, quando o estresse do mercado com a política fiscal foi ao extremo, “talvez de forma exagerada” e o governo correu para “apagar o incêndio”.
“É possível que o Brasil tenha uma performance mais positiva no curto prazo em relação a outros emergentes. Mas pensando a médio e longo prazo, acho que continuamos vivendo os mesmos problemas”, diz Preciado, que tem pouca convicção em relação aos mercados no Brasil e, por isso, mantém um nível baixo de risco alocado no país. Para ele, o ponto de partida é de um mercado bastante pessimista, o que ajudar os ativos domésticos no sentido de que pode haver espaço para uma melhora. Mas também pode ser um empecilho para que o governo convença os agentes financeiros de que o pacote fiscal será suficiente para melhorar de forma concreta o quadro fiscal.
Na visão de Preciado, a curva de juros futuros hoje precifica um nível de risco “razoável”, levando em conta que o ciclo de aperto monetário do Banco Central e os riscos atrelados à questão fiscal e às eleições americanas. “Quanto mais olhamos no detalhe, mais percebemos que está realmente dividido”, diz o gestor em relação ao resultado da disputa de Kamala Harris e Donald Trump à presidência.
Diante da pouca convicção no resultado do pleito, Preciado afirma que tem alocado em posições que devem se beneficiar independentemente da votação amanhã. É o caso, por exemplo, das posições aplicadas (que ganham com a queda das taxas) do fundo em juros canadenses, europeus e, em menor volume, chilenos. De acordo com o gestor, os fundamentos econômicos dessas regiões indicam que há espaço para que os bancos centrais continuem cortando juros.
*Com informações do Valor Econômico
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