Inflação: IPCA-15 desacelera para 0,57% em abril, abaixo das expectativas
Taxa em 12 meses caiu para 4,16%, a menor desde outubro de 2020
O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) informou nesta quarta-feira (26) que o IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15) ficou em 0,57% em abril – após taxa de 0,69% em março. O resultado ficou levemente abaixo da mediana de 34 projeções colhidas pelo Valor Data, de alta de 0,60% no mês.
O indicador funciona como prévia do IPCA, índice usado pelo governo como referência para o cumprimento da meta de inflação.
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Já a inflação acumulada em 12 meses pelo IPCA-15 desacelerou para 4,16% – ante taxa de 5,36% observada em março. Esse é o menor índice para um período de 12 meses desde outubro de 2020, quando foi de 3,52%. A mediana de estimativas do Valor Pro era de 4,19%.
Destaques do IPCA-15 de abril
Conforme o IBGE, a maior variação (1,44%) e o maior impacto no índice do mês (0,29 ponto percentual) vieram dos transportes. A alta do grupo foi puxada pelo aumento nos preços da gasolina (3,47%), subitem que contribuiu com o maior impacto individual (0,17 p.p.). Além disso, também houve alta nos preços do etanol (1,10%).
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Óleo diesel (-2,73%) e gás veicular (-2,17%), por sua vez, registraram queda, na contramão dos demais combustíveis (2,84%). Após recuo de 5,32% em março, o preço nas passagens aéreas apresentou alta de 11,96%.
Na sequência, entre os grupos, contribuíram com o resultado do mês saúde e cuidados pessoais (1,04%) e habitação (0,48%), com 0,14 p.p. e 0,07 p.p., respectivamente.
Em saúde e cuidados pessoais, a maior contribuição (0,06 p.p.) veio dos produtos farmacêuticos (1,86%), após a autorização do reajuste de até 5,60% no preço dos medicamentos, a partir de 31 de março.
Os itens de higiene pessoal tiveram desaceleração de 2,36% em março para 0,35% no IPCA-15 de abril, influenciados, principalmente, pelos perfumes (-1,99%). Além disso, o item plano de saúde (1,20%) segue incorporando as frações mensais dos reajustes dos planos novos e antigos para o ciclo de 2022 a 2023.
Em habitação, o destaque foi a energia elétrica residencial, com alta de 0,84% e contribuição de 0,03 p.p.
Ainda segundo o IBGE, o IPCA-15 registrou desaceleração em relação a março influenciado, entre outros fatores, pela desaceleração no grupo de alimentação e bebidas (de 0,20% em março para 0,04% em abril), comunicação (de 0,75% para 0,06%) e habitação (de 0,81% para 0,48%).
A desaceleração de alimentação e bebidas deve-se à variação negativa da alimentação no domicílio (-0,15%). Destacam-se as quedas nos preços da batata-inglesa (-7,31%), da cebola (-5,64%), do óleo de soja (-4,75%) e das carnes (-1,34%). No lado das altas, o destaque foi o ovo de galinha, cujos preços subiram 4,36% em abril.
A alimentação fora do domicílio passou de 0,68% em março para 0,55% em abril. O lanche desacelerou (de 1,02% em março para 0,82% em abril), enquanto a refeição (0,52%) registrou resultado próximo ao do mês anterior (0,50%).