IF Hoje: Ata do Copom é destaque da agenda; investidores monitoram tumultos nas estradas

Bloqueios nas rodovias podem levar a pressões inflacionárias

Caminhoneiros interditam trecho entre Barra Mansa e Volta Redonda na BR-116, no Estado do Rio (Foto: Fabiano Rocha/ Agência O Globo)
Caminhoneiros interditam trecho entre Barra Mansa e Volta Redonda na BR-116, no Estado do Rio (Foto: Fabiano Rocha/ Agência O Globo)

Se não surpreendeu ninguém, na semana passada, a decisão do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) de manter inalterada em 13,75% a taxa Selic, a ata da reunião em que o rumo dos juros foi discutido merece toda a atenção do mercado nesta terça-feira (1).

Os investidores buscam, no documento, mais pistas sobre os riscos que o BC vê para a inflação voltar a subir e indicações de quando poderia voltar a cortar a Selic caso a sua expectativa de que os preços continuem comportados se confirme.

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No comentário divulgado logo após acabar o encontro da última quarta (26), o Copom disse que o cenário internacional, com a indefinição da guerra na Ucrânia, é uma ameaça à convergência do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) para a meta, que é de 3,5% em 2022, 3,25% em 2023 e 3% em 2024, sempre com tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

Recentes desenvolvimentos do conflito podem trazer pressão extra à inflação no mundo todo: durante o último final de semana, a Rússia rompeu um acordo que permitia o escoamento seguro, pelo Mar Negro, da produção ucraniana de trigo e milho. Além de encarecer os produtos feitos com esses alimentos, a medida encarece a carne, porque os grãos são a base de rações para gado, suínos e frangos.

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Depois da eleição de domingo (30), que deu um terceiro mandato domo presidente da República a Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a tensão no Brasil também pode significar um desvio da trajetória de queda dos preços.

Na segunda (1), barricadas nas estradas foram detectadas em diversas regiões, causadas por apoiadores de Jair Bolsonaro (PL), que perdeu a disputa pela reeleição, e apoiadas por caminhoneiros. A paralisação do transporte pode prejudicar o abastecimento de todo tipo de produto, então o mercado vai acompanhar se a determinação do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes de remover imediatamente os obstáculos à circulação será obedecida. Além do impacto sobre os preços, o motim pode criar um sentimento de instabilidade institucional, o que seria bastante negativo para os ativos brasileiros (ações de empresas brasileiras negociadas na Bolsa e o real). Especialmente em véspera de feriado nacional.

Agenda do dia

  • 8h – Brasil: Ata do Copom
  • 9h – Brasil: Produção industrial (setembro)
  • 11h – EUA: PMI industrial ISM (outubro)
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