IBGE: Serviços crescem a patamar recorde de 3,1% em dezembro

Setor de serviços cresce 8,3% em 2022 e tem alta pelo segundo ano consecutivo; transportes e correios impulsionam resultado

Serviços crescem em 2022 e atingem patamar recorde em dezembro (Foto: Jonathan Weiss/Unsplash)

O setor de serviços fechou 2022 em alta pelo segundo ano consecutivo, apontam dados do IBGE (Índice Brasileiro de Geografia e Estatística). De acordo com o instituto, o segmento atingiu o maior patamar de crescimento registrado na série histórica, iniciada em 2011, de 3,1% em dezembro. No acumulado do ano, a expansão do setor é de 8,3%, ampliando o distanciamento do nível pré-pandemia para 14,4%.

A retomada dos serviços presenciais após períodos de isolamento social ajuda a explicar a alta de 2022, aponta o analista da Pesquisa de Mensal de Serviços, Luiz Almeida. O destaque vai para o ramo de transporte, serviços auxiliares aos transportes e correios, que acumulou crescimento de 13,3% no ano.

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Alta é puxada por transportes e correios, diz IBGE

O transporte, serviços auxiliares aos transportes e correios foi o setor que mais contribuiu para o resultado positivo dos serviços, diz Almeida.

“O setor de transportes cresce desde 2020, mas com dinâmica diferente: inicialmente, por causa da área de logística, com alta nos serviços de entrega, em substituição às compras presenciais. Já em 2022, há a manutenção da influência do transporte de carga, puxado pela produção agrícola, mas também pela reabertura e a retomada das atividades turísticas, impactando o índice no transporte de passageiro”, explica.

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O segundo setor com maior alta foi o de serviços profissionais, administrativos e complementares, cujo crescimento atingiu 7,7% ao ano.

O IBGE destaca a participação de empresas na alta deste ramo dos serviços, como companhias de locação de imóveis, serviços de engenharia, soluções de pagamentos eletrônicos e organização, promoção e gestão de feiras, congressos e convenções.

A terceira alta mais influente dentro do ramo de serviços foi do segmento de restaurantes, buffets, catering, hotéis e condicionamento físico. O setor de informação e comunicação encerra a lista de altas dentro da categoria, com expansão de 3,3%. “Em linhas gerais, setores também ligados a atividades presenciais”, aponta Almeida.

Serviços financeiros têm queda em 2022

O único setor da categoria que apresentou retração, de acordo com o IBGE, foi o de outros serviços. O segmento, que representa a atividade de serviços financeiros auxiliares, como corretoras de títulos e valores mobiliários, administração de bolsas e mercados de balcão organizado, e administração de fundos por contrato ou comissão, teve recuo de 2,1%.

Nesse caso, explica Almeida, a retomada dos serviços presenciais pode ter prejudicado o setor, já que famílias de maior renda realocaram o gasto com investimentos em família.

“Durante os períodos de isolamento mais severos, as famílias de maior renda, que participam mais desse segmento, realocaram o gasto para esse setor. Com a retomada pós-isolamento, a leitura é que a distribuição investimentos mudou, com uma realocação dos gastos familiares”, mostra Luiz Almeida.

Em dezembro, também quatro das cinco categorias dos serviços registraram aumento. A maior alta foi do setor de outros serviços (10,3%), serviços profissionais administrativos e complementares (3%), transportes (2,5%) e serviços prestados às famílias (2,4%).

O único setor que fechou o mês passado no vermelho foi o de informação e comunicação, cujo recuo entre novembro e dezembro foi de 2,9%.

Turismo e transporte supera nível pré-pandemia

O turismo também ensaiou recuperação em 2022, fechando o ano com crescimento de 29,9%. Dados do IBGE apontam que, em dezembro, a alta foi de 4,1% após estabilidade em novembro. Dos estados, Minas Gerais teve a maior alta (49,4%), seguida por São Paulo (36%), Bahia (23,4%) e Rio de Janeiro (16,1%).

O setor já se recuperou da pandemia, e chegou a crescer 1,5% em relação ao patamar anterior à crise do coronavírus, que teve grave impacto para o turismo.

O transporte de passageiros no Brasil registrou crescimento de 7,1% em dezembro, frente ao mês anterior. A alta acumulada do setor em 2022 foi de 29,2%, patamar 5,4% acima do nível de fevereiro de 2020, na pré-pandemia.

Enquanto o transportes de cargas cresceu 15% em 2022, com registro de alta de 1,4% em dezembro. O segmento se encontra 0,6% do abaixo do ponto mais alto de sua série, mas está 33,4% acima do nível pré-pandemia.

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