Haddad discute com bancos juros do rotativo; 14 medidas devem ser divulgadas nesta semana

Febraban defende um debate 'técnico e aprofundado’ para adoção de 'medidas corretas'

Fotos: Diogo Zacarias/Ministério da Fazenda
Fotos: Diogo Zacarias/Ministério da Fazenda

O governo anuncia ainda esta semana um conjunto de 14 de medidas para melhorar o ambiente de crédito, informou nesta segunda-feira (17) o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Ele se reúne com representantes de bancos para discutir o juro cobrado no crédito rotativo, que será um dos pontos do pacote a ser revelado nos próximos dias.

“Hoje já vamos discutir alternativas”, afirmou. O atual desenho do rotativo, disse o ministro, está prejudicando a população de baixa renda. “Boa parte do pessoal que está no Serasa é por conta do cartão de crédito”, disse. “Não só, mas também.”

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O objetivo, acrescentou, é encontrar um caminho negociado, “como fizemos com o consignado dos aposentados.”

‘Discussão técnica e aprofundada’

O presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e os CEOs de grandes bancos apresentarão um estudo sobre a indústria do cartão de crédito no Brasil no encontro com o ministro da Fazenda

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A Febraban diz quem tem como prioridade a redução do custo de crédito no país, sendo necessário compreender e atacar as causas dos altos juros, com adoção de medidas corretas, que levem em consideração a estrutura de custos do setor, as especificidades de cada produto e sigam a racionalidade econômica.

“Nesse sentido, a entidade entende como oportuna a discussão técnica e aprofundada das causas que levam o cartão de crédito a ter patamares elevados de juros. A Febraban ressalva, no entanto, que esse é um tema que nos convida a um amplo debate, para enxergar as consequências, envolvendo BC, Fazenda e os participantes da indústria.”

Segundo a entidade, a expectativa é que essas conversas levem a um ponto de convergência. “É necessário encontrarmos, portanto, mecanismos que possam endereçar as causas do elevado spread”.

Conforme o Valor no início do mês, o setor financeiro se mostra preocupado com um eventual teto de juros no cartão. Depois do episódio envolvido o consignado no INSS, o temor é que a ala política do governo, ou o Congresso, acabem adotado medidas apressadas, sem discutir com a indústria.

Segundo o jornal “O Globo” noticiou, o governo estuda levar algumas medidas para discutir com o setor. Uma das ideias é exigir que as operadoras passem a diferenciar os clientes que usam o rotativo em dois grupos: um que cai no rotativo esporadicamente e logo quita a fatura e outro que vive pendurado.

O primeiro teria uma taxa mais baixa. Outra proposta é estimular a competição entre os bancos no crédito rotativo e incentivar as administradoras a criarem alternativas de financiamento para evitar que o cliente fique pendurado no rotativo por um mês.

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