Destaques do PIB: vacinação impulsiona serviços e agricultura tomba no terceiro trimestre

Indústria ficou no zero a zero com encarecimento dos insumos e problemas na cadeia produtiva travando uma retomada

Foto: Dirceu Portugal/Fotoarena/Agência O Globo
Foto: Dirceu Portugal/Fotoarena/Agência O Globo

Na queda de 0,1% do PIB (Produto Interno Bruto) no terceiro trimestre de 2021, a única alta entre os três principais setores da economia foi observada em serviços. Serviços responde por mais de 70% do PIB nacional avançou 1,1% na comparação com o segundo trimestre do ano. O resultado foi puxado principalmente por outras atividades (4,4%), que reúnem diversos serviços prestados às famílias. “Com o avanço da vacinação contra a covid-19 e o consequente aumento da mobilidade e reabertura da economia, as famílias passaram a consumir menos bens e mais serviços”, comentou Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE.

Cinco atividades da categoria apresentaram expansão no período: outras atividades de serviços (4,4%), informação e comunicação (2,4%), transporte, armazenagem e correio (1,2%), administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade social (0,8%). As atividades imobiliárias (0,0%) ficaram estáveis e apenas as atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (-0,5%) e comércio (-0,4%) registraram variações negativas.

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“A queda nos serviços financeiros se deve em parte a um aumento nos sinistros de planos de saúde. Já o comércio, que foi um dos setores mais afetados pela pandemia, teve uma forte alta no segundo trimestre, com a reabertura e, portanto, a base de comparação estava alta e as famílias também migraram parte do seu consumo para os serviços”, destacou Rebeca.

Por outro lado, o tombo da agricultura pesou para que o PIB brasileiro do terceiro trimestre ficasse negativo. O recuo de 8% do setor entre julho a setembro foi consequência do encerramento da safra de soja, que também acabou impactando as exportações. A coordenadora de Contas Nacionais do IBGE explicou que a colheita da soja, por ser muito mais concentrada nos dois primeiros trimestres, impactou no resultado.

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“Como ela é a principal commodity brasileira, a produção agrícola tende a ser menor a partir do segundo semestre. Além disso, a agropecuária vem de uma base de comparação alta, já que foi a atividade que mais cresceu no período de pandemia e, para este ano, as perspectivas não foram tão positivas, em ano de bienalidade negativa para o café e com a ocorrência de fatores climáticos adversos na época do plantio de alguns grãos”, acrescentou.

Quem ficou no zero a zero no trimestre foi a indústria, que responde por cerca de 20% do PIB brasileiro. Houve crescimento apenas na construção (3,9%). Eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos (-1,1%), indústrias de transformação (-1,0%) e indústrias extrativas (-0,4%) tiveram queda. “O encarecimento dos insumos e outros problemas na cadeia produtiva, além da crise energética, vêm afetando o setor industrial”, completou Rebeca.

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