Mercado quer saber: até quando Fed vai deixar os juros nos Estados Unidos em 5,25% a 5,50%?

Banco Central americano anuncia decisão nesta quarta-feira (1) e consenso é de manutenção da taxa pela sexta reunião seguida

Detalha de nota de dólar. Foto: Pixabay

Os juros nos Estados Unidos devem continuar no intervalo de 5,25% a 5,50% por pelo menos mais 45 dias. O Fed (Federal Reserve, o banco central americano) anuncia a decisão na tarde desta quarta-feira (1), às 15h.

Assim, pelo consenso do mercado, dificilmente haverá surpresa – seja positiva ou negativa.

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Portanto, a taxa ficará como está pela sexta reunião seguida.

Mais uma vez, os agentes financeiros buscam pistas de até quando o aperto monetário vai durar. Vale lembrar que os juros nos Estados Unidos estão no maior nível desde 2001.

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Queda adiada

Em primeiro lugar, na véspera, a resposta para a pergunta inicial era: pelo menos até o encontro de setembro.

Isso porque a plataforma de monitoramento do CME Group indicava na terça-feira (30) posição majoritária pelo primeiro corte dos juros apenas na reunião de novembro do Fed.

“Com atividade resiliente e inflação mais persistente, o Fed deve necessitar de mais tempo para voltar a ter confiança no processo de desinflação, o que deve adiar o início do ciclo de cortes de juros”, aponta o Itaú Unibanco em relatório.

“Deslocamos nossa expectativa para o início do ciclo de cortes de juros de junho para dezembro, mantendo três cortes no ano que vem. Na reunião de março, os membros do FOMC sinalizaram três cortes de juros no ano como a expectativa mediana do comitê, mas com uma distribuição assimétrica na direção de menos cortes”, continua o banco.

“Essa divisão, após nova surpresa na inflação, deve ser suficiente para que a maioria dos membros descarte cortes de juros ainda no primeiro semestre, principalmente em meio a um cenário de crescimento e emprego forte que devem continuar a frente. Esperamos uma taxa terminal de 4,25-4,50%, que seria atingida em setembro do ano que vem”, completa o Itaú.

Cautela prevalece

Dessa forma, apesar da moderação da atividade econômica dos Estados Unidos no 1º trimestre, que cresceu abaixo das expectativas (1,6% contra 2,5%), o Bradesco lembra que a inflação encerrou o período ainda bastante pressionada.

Então, conforme o banco, o índice de preços de despesas com consumo (PCE), a inflação preferida do Fed, avançou 0,32% em março, resultado próximo ao de fevereiro (0,34%) e praticamente em linha com as estimativas.

Enquanto isso, o núcleo do PCE subiu 0,32%, com pressões particularmente fortes em serviços e uma evolução menos benigna em bens, ainda que tenha ocorrido uma desaceleração na margem em março.

“A variação trimestral de todas essas aberturas acelerou de maneira relevante nos últimos meses, reforçando que o quadro de inflação segue exigindo cautela por parte do Fed”, observa o banco.

“Dessa forma, acreditamos que a conjuntura econômica dos EUA deve se traduzir em postergação no início do ciclo de cortes de juros”, indica a instituição financeira.

Foco em Jerome Powell

Simultaneamente à decisão, os agentes financeiros estarão atentos ao discurso de Jerome Powell. O presidente do Fed fala a partir de 15h30.

“Apesar de não esperarmos alterações no patamar vigente das FFR (Fed Funds Rate), será uma reunião chave para balizar as expectativas do mercado, sobretudo por conta dos resultados do CPI e PCE mais fortes do que o esperado desde o início do ano”, avalia o BTG Pactual.

“Nesse sentido, embora a reunião não seja direcionada para atualização de projeções, esperamos alguma sinalização de reajuste com viés altista na comunicação”, prossegue.

“Já as falas de Powell devem manter uma postura cautelosa, em linha com suas últimas declarações, reiterando a perda de espaços para cortar juros e a necessidade de mais dados”, completa.

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