Copom, do Banco Central, aumenta juros em 1 ponto percentual, para 11,75% ao ano

O comitê de política monetária prevê uma elevação da mesma magnitude em maio

Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Por unanimidade, os membros do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) decidiram aumentar a taxa básica de juros da economia brasileira em 1 ponto percentual, para 11,75% ao ano. A expectativa do mercado era de uma elevação dessa magnitude.

No comunicado em que explica a decisão, o comitê ressalta que pode haver nas próximas semanas uma reversão do aumento nos preços das commodities, o que diminuiria a pressão sobre a inflação, mas também existe o risco de criação de políticas fiscais que impulsionem a demanda ou piorem a trajetória fiscal futura, o que teria efeito inflacionário.

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Para o Copom, o aumento de 1 ponto percentual feito hoje está de acordo com a sua estratégia para levar a inflação para as metas em 2022 e, principalmente, em 2023. A meta para 2022 é de 3,5%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos, enquanto a de 2023 é de 3,25%. Na semana passada, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) informou que o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) ficou em 1,01% em fevereiro, no maior nível para o mês desde 2015. Em 12 meses, o acumulado focou em 10,54%.

O ciclo de aperto monetário vai continuar avançando, segundo o comunicado. Para a próxima reunião, em 3 e 4 de maio, uma nova elevação de 1 ponto é prevista pelo comitê.

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Diante do risco de aumentos exagerados nos preços das matérias-primas por causa da guerra, que se manifestam na inflação com um pouco de atraso, o Copom avalia que o momento exige “serenidade para avaliação da extensão e duração dos choques”.

Caso se provem mais persistentes ou maiores que o antecipado, o comitê “estará pronto para ajustar o tamanho do ciclo de aperto monetário”. “O Copom enfatiza que irá perseverar em sua estratégia até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas”, segundo o comunicado.

“Considerando o agravamento do cenário inflacionário global, com impulso do aumento dos preços dos combustíveis e a guerra na Ucrânia, os próximos meses serão desafiadores para economia brasileira, podendo refletir em uma nova disparada do IPCA e novos rumos em relação a deter condução da política monetária”, diz Gustavo Bertotti, economista-chefe da Messem Investimentos.

O economista-chefe lembra que, na ata da última reunião, os membros do Copom tinham sinalizado que reduziriam o ritmo de alta da Selic porque as elevações mais recentes ainda estavam sendo sentidas pelo mercado. Entretanto a guerra entre Rússia e Ucrânia passou a influenciar a inflação brasileira, por meio do aumento recente dos combustíveis.

A próxima reunião do Copom está marcada para os dias 3 e 4 de maio.

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