- Home
- Mercado financeiro
- Economia
- Após cinco anos totalmente digital, Banco Pan deve abrir agências para pagar INSS
Após cinco anos totalmente digital, Banco Pan deve abrir agências para pagar INSS
Quase cinco anos após fechar sua última agência, se tornando 100% digital, o Pan deve voltar a abrir agências físicas. Não serão muitas, mas o banco deve testar o modelo em algumas regiões, já que no leilão do INSS o órgão federal definiu que terão prioridades instituições com pontos presenciais de atendimento direto — e não apenas via correspondente bancário.
“Como os primeiros colocados no leilão não conseguem atender todas as microrregiões, vamos fazer essa experiência. Não serão pontos grandes, nem muitas unidades. Vamos fazer um piloto e depois entender se dá para escalar”, comentou o CEO, Carlos Eduardo Guimarães, em entrevista coletiva.
O Pan participou do leilão da folha do INSS, no mês passado e ficou em segundo lugar em um lote no Estado do Rio de Janeiro e terceiro em outro com municípios da Grande São Paulo e interior do Estado. No terceiro trimestre, 62,8% da sua originação de consignado foi para beneficiários do INSS.
De forma geral, Guimarães disse que a originação de consignado INSS deve ter uma queda razoável no quarto trimestre, função dos spreads nessa linha estarem muito apertados após o Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS) reduzir o teto de juros. “Se isso se mantiver por dois, três, quatro trimestres, aí começará a ter impacto na nossa carteira.”
Segundo ele, mesmo com o spread apertado o Pan quer ser pagador do INSS porque, ao pegar a folha, consegue captar o cliente a um custo mais barato e oferecer mais produtos. “Ao ser pagador, podemos ter uma rentabilidade melhor do que só fazer pura e simplesmente o consignado INSS.”
Ele afirmou que, ao mesmo tempo em que reduzirá a originação de consignado INSS, vai aumentar de cartões e empréstimo pessoal. Apesar de serem linhas com maior risco, o retorno líquido é positivo. “Isso vai ser feito de forma muito paulatina. Essas linhas são 6% da nossa carteira, não vai subir pra 10% da noite para o dia”. O CEO diz ainda que isso não impactará em um aumento da inadimplência no curto prazo. “A inadimplência deve continuar perto desse patamar de estabilidade que está agora.”
O Pan também afirmou que a implantação da norma 4966 do Banco Central, que prevê mudanças na contabilização de diversas linhas, deve aproximar em 2025 o resultado no padrão BR GAAP daquele do IFRS, que a instituição já divulga. Nesse segundo padrão, o patrimônio do banco fica quase R$ 1 bilhão menor. “Esse impacto ainda não está totalmente definido, ainda estamos fazendo alguns cálculos internos. Mas nossa estimativa inicial, sujeita a ajustes, é algo próximo disso [R$ 1 bilhão]”.
Segundo o executivo, como o Pan está no conglomerado do BTG, que em junho tinha um patrimônio de aproximadamente R$ 53 bilhões, esse impacto esperado é totalmente absorvível. “Não estamos preocupados com esse ajuste, não muda em nada nossa forma de tocar o negócio.”
Ele comentou que, mesmo que o Pan não fosse do grupo do BTG, poderia facialmente ir a mercado e captar instrumentos de dívidas subordinados. “Nossa Basileia, hoje, é 100% capital ‘core’. Poderíamos emitir capital subordinado com bastante tranquilidade se precisássemos.”
*Com informações do Valor Econômico
Leia a seguir