André Esteves sai dos bastidores e volta hoje oficialmente ao comando do BTG

Em assembleia e com mais medidas de governança, acionistas devem dizer 'sim' à proposta de eleição do empresário como presidente do Conselho de Administração do banco

Andre Esteves, do BTG. Foto: Wikimedia
Andre Esteves, do BTG. Foto: Wikimedia

Em assembleia ordinária convocada para esta sexta-feira, os acionistas do BTG Pactual devem dizer sim à proposta de eleição de André Esteves como presidente do Conselho de Administração do banco. Com isso, um dos personagens mais relevantes do mercado financeiro brasileiro volta à cena na Faria Lima, corredor em São Paulo que concentra os principais atores desse meio.

Não que ele estivesse só no bastidor. No apagar das luzes de 2018, depois de absolvido da acusação de tentar obstruir as investigações da Operação Lava-Jato, o BTG comunicou ao mercado e às autoridades que Esteves retomara o controle do seu negócio.

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Mas seu papel perante a instituição ainda não havia sido definido. E, apesar do perfil ‘hands on’ de Esteves — como definem na Faria Lima, com anglicismo típico, os executivos que botam a mão na massa —, ninguém duvida que a posição de ‘chairman’ lhe cairá como uma luva.

O presidente do Conselho de Administração é, por definição do cargo, aquele que escolhe as estratégias a serem seguidas pela companhia.

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Egresso do Colégio Militar, no Rio de Janeiro, o banqueiro demonstrou, ao longo de toda a sua trajetória, exímia habilidade para traçar e executar estratégias decisivas e posicionar sua instituição na parte mais alta da cadeia alimentar do sistema financeiro do país.

Reviravoltas e disputas

No final dos anos 1990, quando o Pactual já era considerado “o último dos moicanos” por ser o único remanescente dentre os bancos de investimento do país desvinculado de um conglomerado financeiro, nacional ou estrangeiro, Esteves foi um dos protagonistas do grupo que desalojou do comando da instituição a tríade que lá estava desde a fundação: Luiz Cesar Fernandes, André Jakurski e o hoje ministro da Economia, Paulo Guedes.

Quando Guedes tomou posse no Ministério da Economia, no início de 2019, Esteves era um dos poucos convidados para a sala VIP da cerimônia, como evidência de que a disputa havia sido estritamente relativa a negócios, nada pessoal.

Ele circulava, então, nos corredores do poder com a mesma desenvoltura que demonstrava anos antes, até que a prisão, em 2015, abalou não só Esteves, mas também o banco.

Um antigo parceiro de negócios e também cliente avalia que foi o momento mais difícil pelo qual a instituição passou, talvez o único em que tenha ficado sob risco.

Foram muitas as encruzilhadas, outras tantas reviravoltas societárias e disputas por poder na história do Pactual. André Esteves saiu mais forte de cada uma delas, graças à habilidade que lhe é peculiar.

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