Com ciclo de queda de juros do Fed, ainda vale a pena investir na renda fixa americana? Confira
Após alcançar picos de rentabilidade, Treasury perde gordura com ciclo de queda dos juros
Há quatro, cinco meses, o investidor interessado em aplicar em dólar, sem risco, tinha na Treasury de dez anos, principal título de renda fixa americana, uma barbada.
As taxas do título soberano dos Estados Unidos de longo prazo alçaram picos poucas vezes vistos, acima de 6% ao ano. Mas, agora que o Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos) iniciou o processo de corte de juros, ainda vale as pena correr para as T-Notes?
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Para especialistas, ainda dá para lucrar com a opção. Mas com a ressalva de que os ganhos serão menores. Embora, sempre há a chance de adicionar múltiplos na aposta do dólar contra o real.
Renda fixa americana tem gordura
Para a especialista em investimentos offshore Larissa Frias, a Treasury de 10 anos, hoje na casa de 3,70% ao ano, já perdeu muito de sua gordura. Mas as chances são grandes de que ainda exista espaço para quedas adicionais na renda fixa americana.
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“Eu acho que a Treasury ainda tem espaço para ganhos”, afirma Frias, que é planejadora financeira do C6 Bank.
Lembrando que na renda fixa, tanto americana quanto em qualquer lugar do mundo, a lógica é contrária à da renda variável.
Enquanto um aplicador de pequeno porte compra ações na esperança de que ela se valorize no tempo, o investidor de renda fixa espera que ela perca valor. Assim, tem nas mãos um título que paga mais do que a taxa de juros à vista (spot), no prazo de vencimento.
Média da renda fixa americana
José Maria da Silva, especialista em alocações da Avenue, aponta que desde que se consolidou o entendimento sobre a quede de juros, a Treasury perde valor.
“A gente está agora trabalhando com taxas de Treasury abaixo de 4% praticamente em todas as curvas de juros. Tanto na parte curta, como na parte mais longa. Essa taxa para a renda fixa americana, apesar de tudo, ainda está bem acima daquilo que foram as médias das últimas décadas”, conta.
Queda de juros dos EUA
No dia 18 de setembro, o Fed cortou sua taxa de juros de referência em 0,50 p.p., para o intervalo entre 4,75% e 5%. Foi a primeira redução em quatro anos e deu início ao seu ciclo de afrouxamento monetário.
No C6, de Larissa Frias, a expectativa é de que o Fed faça ao menos outros três cortes de 0,25 ponto percentual (p.p.). Essa vem sendo as apostas majoritárias do mercado.
“Esperamos que a Treasury cai para perto de 3% ao ano”, afirma Larissa. “Isso daria aí entre 75 e 100 pontos base para o investidor neste momento”, afirma.