Ibovespa acumula perdas impactado principalmente por fortes quedas no setor bancário

O destaque negativo fica por conta do Bradesco, que teve desvalorização de dois dígitos em seus papeis

Ibovespa dá sinais de alerta de tendência de baixa ao ir na contramão do S&P 500, diz Itaú BBA. Foto: B3/Divulgação
Ibovespa dá sinais de alerta de tendência de baixa ao ir na contramão do S&P 500, diz Itaú BBA. Foto: B3/Divulgação

O Ibovespa acumulou perdas nesta quarta-feira (9), impactado principalmente pelas fortes quedas no setor bancário, que tem peso na formação do índice.

O destaque negativo fica por conta do Bradesco, que teve queda de 17% nas ações preferenciais (BBDC4), afetando o setor bancário e o principal índice da bolsa como um todo.

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As ações do Itaú e do Santander também foram impactadas, perdendo mais de 5% e 3% do valor do fechamento anterior, respectivamente.

A Petrobras também ajudou a puxar o principal índice da Bolsa. As ações preferenciais da estatal caíram mais de 2%, impactados pela queda no preço do petróleo.

No fechamento , o Ibovespa registrou queda de 2,22%, a 113.580 pontos.

Dólar

Enquanto o mercado aguarda as definições sobre a política econômica a ser adotada no governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e sobre o “waiver” (licença) para gastos acima do teto no Orçamento de 2023, o mercado de câmbio tem mostrado um comportamento volátil nos últimos dias.

Com a cautela redobrada dos agentes, o dólar voltou a subir no pregão de hoje.

O movimento também encontrou apoio no exterior, onde a moeda americana se fortaleceu, na esteira de um aumento nos rendimentos dos Treasuries de longo prazo e do resultado das eleições de meio de mandato nos Estados Unidos, que mostrou um desempenho mais forte dos democratas.

No fim da sessão regular, o dólar era negociado a R$ 5,1815 no mercado à vista, em alta de 0,70%.

O resultado emula o comportamento do índice DXY, que mede o desempenho da divisa americana contra uma cesta de outras seis moedas principais, que, no fim da tarde, subia 0,45%, para 110,453 pontos.

Já em relação a divisas de mercados emergentes, o dólar avançava 0,24% ante o peso mexicano; tinha alta de 0,17% em relação à lira turca; e subia 0,49% contra o rand sul-africano.

Bancos

Os bancos trabalham em forte queda após o balanço do terceiro trimestre do Bradesco apontar lucro líquido recorrente de R$ 5,22 bilhões no terceiro trimestre, queda anual de 22,8% e abaixo das previsões de analistas consultados pelo Valor.

Além das quedas bruscas no valor das ações do Bradesco, o papéis do Itaú (ITUB4) e Santander (SANB11) também caem, com perdas de 4,02% e 4,25%.

O setor bancário, além de ser importante para a formação do Ibovespa, indica tendências para a economia como um todo.

Cenário local

A expectativa pelo Orçamento do ano que vem é monitorada pelos investidores da Bolsa, que buscam saber como o governo eleito pretende acomodar os gastos necessários para manter o Auxílio Brasil em R$ 600.

O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), se reúne hoje com os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Há também espera pelo nome do próximo ministro da Fazenda.

Eleições americanas

Na avaliação do chefe de estratégia de câmbio do Commerzbank, a partir do resultado das eleições de meio de mandato, é possível chegar à conclusão de que “a volatilidade implícita do dólar aumentará quando ficar claro quem terá a maioria no Congresso”.

No entanto, ele ressalta que o assunto tem interesse limitado nos mercados de câmbio, na medida em que os dados de inflação ao consumidor nos Estados Unidos, a serem conhecidos amanhã, devem ter peso maior para o dólar.

China

A China também está no foco, após mostrar desaceleração da inflação ao consumidor em outubro, mais um sinal de fraqueza da economia no país.

Há também aumento de casos da covid-19, mesmo com rumores nos últimos dias de que a política de covid zero seria flexibilizada.

Entre as commodities, o minério de ferro subiu 2,62% na bolsa de Dalian, para 686 yuans (cerca de US$ 94,60) a tonelada.

Petróleo

Os preços do petróleo recuaram na sessão de hoje com o aumento de casos de covid-19 na China. Com perspectiva de menor deslocamento na segunda maior economia do planeta, cresce a preocupação de investidores de que a demanda por petróleo recue, em um cenário em que já há uma recessão se desenhando na Europa e uma desaceleração econômica nos Estados Unidos.

Hoje, os dados de estoque dos Estados Unidos mostraram números melhores do que o esperado, dando a indicação que talvez a demanda esteja realmente reduzindo.

A sessão ainda foi marcada por um movimento de recuperação do dólar no exterior, o que tende a penalizar as negociações de commodities.

No fim das negociações, os preços dos contratos para janeiro do Brent, a referência global, registraram queda de 2,84%, a US$ 92,65 o barril, na ICE, em Londres, enquanto os preços dos contratos para dezembro do WTI, a referência americana, recuaram 3,46%, a US$ 85,83 o barril, na Bolsa de Mercadorias de Nova York (Nymex). Já o índice DXY seguia em forte alta de 0,76%, a 110,473 pontos, perto das 17h15.

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