Mercado hoje: Ibovespa fecha em queda de 2,25%, pressionado por PEC da Transição; dólar sobe 1,28% a R$ 5,28

PEC da Transição também está no foco; sessão terá liquidez reduzida por causa do jogo do Brasil na Copa

A B3, Bolsa de Valores de São Paulo (Foto: Cris Faga/Estadão Conteúdo/Reprodução Globo/G1)
A B3, Bolsa de Valores de São Paulo (Foto: Cris Faga/Estadão Conteúdo/Reprodução Globo/G1)

O Ibovespa operava em queda firme nesta segunda-feira, com a baixa dos papéis sensíveis à economia local, na medida em que investidores monitoram a PEC da Transição e aguardam a decisão de política monetária do Copom, suplantando a alta das ações ligadas às commodities, ampliando o movimento recente pautado pela reabertura da China.

A sessão terá liquidez comprometida por conta do jogo do Brasil contra a Coreia do Sul, válido pelas oitavas de final da Copa do Mundo do Catar.

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Após ajustes, o referencial local registrou queda de 2,25%, aos 109.401 pontos. Na mínima intradiária, tocou os 109.270 pontos, e, na máxima, os 112.150 pontos.

Em Nova York, o S&P 500 recuou 1,79%, aos 3.998 pontos, Dow Jones ficou apresentou recuou de 1,40%, aos 33.947 pontos e Nasdaq oscilou negativamente em 1,93%, aos 11.239 pontos.

Dólar se alinha ao exterior e fecha em alta

O salto dos rendimentos dos Treasuries, na esteira de dados mais fortes do mercado de trabalho e do setor de serviços nos Estados Unidos, deu aval a uma recuperação do dólar hoje, reletindo no câmbio doméstico.

Assim, o dólar terminou a segunda-feira negociado a R$ 5,2821 no mercado à vista, em alta de 1,28%.

Desde o início do pregão, a moeda americana se ajustou em alta, em um ritmo que se intensificou ao longo do dia, em um cenário que soma àsincertezas fiscais, com o mercado já atento à votação da PEC da transição.

Juros futuros avançam com realização de lucros

Os juros futuros encerraram o pregão desta segunda-feira em alta firme, em movimento de realização de lucros após a queda firme da semana passada e em meio à alta nas taxas nos rendimentos dos Treasuries no exterior. Além disso, os agentes financeiros seguem monitorando as negociações relacionadas à PEC da transição, que deve iniciar sua tramitação na CCJ do Senado já na terça-feira.

No horário de encerramento da sessão regular, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2024 passava de 13,825% para 13,985%; a do DI para janeiro de 2025 subia de 12,905% para 13,08%; a do DI para janeiro de 2026 avançava de 12,61% para 12,80%; e a do DI para janeiro de 2027 saltava de 12,49% para 12,71%.

Semana de votação da PEC da Transição

A semana dos mercados locais começa com incertezas renovadas em relação ao cenário fiscal doméstico. O Senado incluiu a votação da proposta na pauta do plenário de quarta-feira, de acordo com mensagem distribuída neste domingo pela presidência da Casa aos senadores. Antes, a proposta de Emenda à Constituição que abre espaço no Orçamento de 2023, precisa ser analisada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado.

Persistem as dúvidas sobre o tamanho e o prazo da proposta, o que vem retirando o apetite por risco do investidor local. Em entrevista coletiva, o senador Marcelo Castro (MDB-PI), relator-geral do Orçamento de 2023, afirmou que alguns dos parlamentares defendem a excepcionalização por apenas um ano, mas que o corpo técnico envolvido na discussão entende que o prazo precisa ser de, no mínimo, dois anos.

Equipe econômica no radar

Investidores analisam, adicionalmente, rumores sobre a formação da equipe econômica, conforme o nome de Fernando Haddad (PT) segue ganhando força para assumir o ministério da Fazenda. “O mercado segue aguardando definições sobre a PEC, que pode passar por um enxugamento, e sobre os nomes que formarão a equipe econômica. O nome de Haddad segue mal visto por agentes”, diz Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos.

Na quarta-feira, o Copom define as taxas de juros no país e a incerteza em torno das contas públicas já leva parte dos agentes financeiros a colocar em dúvida que um ciclo de afrouxamento monetário terá início no próximo ano, enquanto outra parcela do mercado já adota um viés de alta para a taxa básica de juros em 2023. De 113 casas consultadas pelo Valor, apenas duas esperam uma mudança na Selic em dezembro – no caso, um aumento de 0,25 ponto percentual, para 14% ao ano.

Os papéis ligados às commodities davam certa sustentação ao índice. Além do fortalecimento das teses de reabertura da China, o petróleo mostra sensibilidade à sanção da União Europeia que limita o preço da matéria-prima russa para até US$ 60. Há temores que a decisão possa apertar ainda mais a oferta global do produto bruto.

Com isso, Vale (0,48%), CSN (0,76%), CSN Mineração (0,26%), Usiminas (1,33%) e Bradespar (0,14%) avançavam.

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