Mercado hoje: Ibovespa fecha em queda pressionado por bancos, na ressaca da Americanas
Índice, no entanto, foi resiliente, e termina a semana com ganhos de quase 2%
O Ibovespa fechou esta sexta-feira (13) em queda de 0,84%, aos 110,9 mil pontos, no dia da ressaca do mercado com escândalo da Americanas.
O rombo da varejista pesou sobre as ações dos bancos, derrubando o índice.
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Apesar disso, a bolsa mostrou resiliência, após o pacote fiscal de Fernando Haddad ser considerado positivo pelos agentes.
As ações da Americanas apresentaram uma leve recuperação e avançaram 18,4% hoje, negociando a R$ 3,22. Antes do anúncio do rombo de R$ 20 bilhões, estava em R$ 12.
Magazine Luiza, que já havia subido firme ontem, hoje viu uma alta de 7,52%, a R$ 3,43, no embalo da crise da concorrente.
A apresentação de ontem de Fernando Haddad rendeu elogios de economistas de grandes bancos. Mansueto Almeida, do BTG Pactual, Joaquim Levy, do banco Safra, saudaram o compromisso em reduzir os gastos da máquina pública.
Dólar fecha em alta
O dólar fechou em alta de 0,13%, negociado a R$ 5,10, mas a semana teve saldo de 2,50% de queda, em meio ao enfraquecimento da moeda no exterior e das sinalizações do governo com a política fiscal.
Desde o início do ano, a divisa americana acumula perdas de 3,5%.
Petróleo também ficou em alta
O petróleo Brent fechou mais um dia em alta, a US$ 85,28 o barril, acumulando 8% de avanço na semana. Ainda no exterior, as bolsas americanas ficaram no positivo: O S&P500 avançou 0,40%, o Dow Jones Industrial Average subiu 0,33% e o Nasdaq Composite cresceu 0,71%.
O índice de confiança do consumidor aferido pela Universidade de Michigan subiu para 62 nas duas primeiras semanas de janeiro, contra uma nota de 59,9 da leitura de dezembro.
Feriado nos EUA
A próxima semana começa com feriado de Martin Luther King Jr. nos Estados Unidos, na segunda-feira (16), e no mesmo dia tem início o Fórum Econômico Mundial, em Davos, Suíça, com a presença de Fernando Haddad e Marina Silva representando o governo brasileiro.
Como foi o dia do Ibovespa
Ainda sob a incerteza causada pelo rombo descoberto na Americanas, o Ibovespa operou em queda desde o início da sessão desta sexta-feira (13).
Embora a ação da varejista lidere as altas no dia – muito em função da queda histórica no pregão da véspera –, os bancos operam no campo negativo, pesando sobre o índice.
O mercado também acompanhou os primeiros balanços publicados nos Estados Unidos e, no âmbito interno, as sinalizações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que anunciou ontem as primeiras medidas fiscais e hoje se reuniu com economistas.
Às 16h56, o Ibovespa caía 0,96%, aos 111.077 pontos. Já o dólar recuava 0,08%, negociado a R$ 5,1051.
Americanas ON, que ontem tombou 77,33%, hoje lidera as altas do Ibovespa, avançando 28%. Mesmo com a alta de hoje, a ação operava na casa dos R$ 3,54, muito distante dos R$ 12 em que fechou o último pregão antes de informar a descoberta dos R$ 20 bilhões em inconsistências contábeis.
“Ainda existe grande especulação em cima do papel”, afirma Fabrício Gonçalvez, CEO da Box Asset Management. “É normal essa valorização por conta da especulação. Nos próximos dias, teremos mais informações sobre o desenrolar dessa história.”
Um analista afirmou ao Valor PRO não acreditar que seja o momento para compras de oportunidade. “Ainda há muita incerteza. É preciso entender, ao certo, o tamanho do problema e como a gestão vai tentar resolver, hoje não dá nem para fazer contas ainda. Comprar agora é cassino.”
Lá fora
No exterior, o foco é nos primeiros balanços de empresas americanas referentes ao quarto trimestre de 2022. Embora alguns bancos – como J.P. Morgan, Bank of America e Wells Fargo – tenham superado as expectativas de lucro, a informação de que eles elevaram as reservas para cobrir perdas pressionava as ações e o mercado internacional.
Colaborou Leonardo Guimarães