J.P. Morgan: Dólar acima de R$ 5,40 sugere que mercado precifica cenário negativo
Escolha do futuro ministro da Fazenda, se bem recebida, pode permitir recuperação do real
O rali de otimismo com os ativos brasileiros após o segundo turno durou pouco e o foco dos mercados, neste momento, está na nomeação do futuro ministro da Fazenda, o que elevou o prêmio de risco nos ativos em meio às discussões fiscais.
“Nossos modelos mostram que o dólar acima de R$ 5,40 sugere que os mercados precificam um cenário muito negativo. Qualquer notícia positiva sobre a escolha do ministro da Fazenda ou mesmo um período sem grandes novidades pode permitir uma recuperação, especialmente porque o posicionamento parece leve”, notam as estrategistas do J.P. Morgan.
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Em relatório enviado a clientes, as estrategistas Gisela Brant e Tania Escobedo Jacob revelam que o banco deu início a uma posição comprada no real contra o peso colombiano. Além disso, o J.P. Morgan manteve recomendação “overweight” (desempenho acima da média do mercado) na “duration” da curva de juros nos níveis atuais e continua com posições aplicadas no DI para janeiro de 2026, ao mesmo tempo em que observa que posições aplicadas na ponta curta da curva de juros “parecem atraentes”, já que o mercado precifica, neste momento, elevações na Selic no próximo ano.
De acordo com as estrategistas do J.P. Morgan, o nível dos gastos discutido para 2023 e além “pode estar acima do que a maioria esperava”. Elas ainda alertam que algumas discussões são preocupantes, como a eliminação definitiva do Bolsa Família do teto de gastos.
“Embora se esperasse que o teto de gastos fosse substituído por algum outro mecanismo, independentemente de quem ganhasse as eleições, o fato de a consolidação fiscal não parecer estar entre as prioridades do próximo governo é preocupante”, afirmam Brant e Jacob.