Ibovespa acompanha NY e recua ainda mais temendo avanço da inflação

Preocupação com avanço de preços no mundo e reação de bancos centrais orienta em parte os negócios

A B3, Bolsa de Valores brasileira (Foto: Divulgação)
A B3, Bolsa de Valores brasileira (Foto: Divulgação)

Dados inflacionários acima do esperado nos EUA jogam os ativos de risco, e o Ibovespa, para o campo negativo. O índice local caminha para sua sexta sessão de queda consecutiva.

Às 13h05, o Ibovespa recuava 1,33%, aos 105.664 pontos, tocando os 104.648 pontos na mínima intradiária e os 107.092 pontos na máxima. O volume financeiro negociado até aqui foi de R$ 10,7 bilhões, com projeção de alcançar um giro de R$ 24,7 bilhões ao final do dia. Lá fora, o S&P 500 cedia 2,63%, Dow Jones recuava 2,34% e Nasdaq tinha queda de 3,32%.

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O índice de preços ao consumidor nos Estados Unidos (CPI, na sigla em inglês) voltou a ganhar força em maio, acelerando em relação a abril. O CPI subiu 1,0% em base mensal e avançou 8,6% ante igual período de 2021, ficando acima das estimativas de economistas consultados pelo The Wall Street Journal (WSJ), de altas de 0,7% e de +8,3%, respectivamente.

A leitura impacta os negócios em diversos mercados, já que pode pressionar o ciclo de aperto monetário do Federal Reserve (Fed, o banco central americano). Gestores apontam que o grande risco para o mercado é justamente a inflação surpreender ainda mais negativamente e os BCs serem obrigados a acelerar a alta de juros.

“Manter o ritmo de elevação em 0,5% está razoavelmente precificado pelos investidores, mas, ajustes de 0,75%, não. Os mercados sofrerão enquanto esse processo de elevação das taxas não ficar definido. Ruim para as bolsas e para as curvas de juros, além de manter o dólar fortalecido no mundo”, diz Alexandre Póvoa, da Meta Asset Management.

Nessa linha, economistas do Wells Fargo afirmam que não há nenhum sinal de redução das pressões de preços nos EUA e a inflação pode subir ainda mais nos próximos meses. De acordo com Sarah House e Michael Pugliese, a inflação pode chegar a 9% já em junho, em meio a um novo avanço dos preços de energia, e deve permanecer nestes níveis mais elevados até o outono (a partir de setembro, no hemisfério norte).

Por aqui, o Ibovespa tem queda praticamente generalizada. Entre as blue chips, Vale ON caía 0,79%, CSN ON perdia 1,37%, Usiminas PNA recuava 1,98% e Gerdau PN cedia 0,94%; Itaú PN -1,87%, Bradesco PN -1,80%, Banco do Brasil ON -1,59% e Santander units 1,52%; Petrobras ON e PN cediam 2,07% e 1,83%.

Já os papéis ordinários e preferenciais da Eletrobras caíam 3,67% e 5,34%, respectivamente, após a conclusão do seu processo de privatização. Segundo um gestor ouvido pelo Valor PRO, parte dos investidores locais que participaram da operação enviaram ordens acima do que desejavam à espera de uma maior participação do investidor estrangeiro na oferta. Agora, estão corrigindo suas posições na empresa.

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