Como funciona o resgate antecipado de renda fixa?

Os títulos de renda fixa podem ser com prazo de vencimento definido ou indefinidos

Os títulos de renda fixa podem ser com prazo de vencimento definido ou indefinidos. Ilustração: Marcelo Andreguetti
Os títulos de renda fixa podem ser com prazo de vencimento definido ou indefinidos. Ilustração: Marcelo Andreguetti

Este mês, vou responder três perguntas que ouço frequentemente e chegaram a mim vindas de leitores da Inteligência Financeira. Vamos às dúvidas dos investidores.

1. Como funciona o resgate antecipado de renda fixa? Perderei dinheiro?

Os títulos de renda fixa podem ser com prazo de vencimento definido ou indefinidos.

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A Poupança não tem prazo de resgate definido, assim tem liquidez diária. Mas se houver saque antes do aniversário mensal de sua aplicação haverá perda de rendimento relativa aquele mês. Atualmente o mercado tem ofertado CDBs com liquidez diária.

Os outros títulos de renda fixa têm data de vencimento e não podem ser resgatados antes do vencimento sem correr o risco de perda financeira. Isso ocorre porque o título deverá ser vendido no mercado secundário, em outros termos, deverá ser repassado para outro investidor.

Nesse caso o investidor está sujeito ao risco de mercado.

O que quer dizer isso?

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Que o papel será negociado a valor de mercado – que é calculado com base no nível da taxa de juros no momento da venda antecipada. Caso a taxa de juros no momento da venda seja maior do que na compra o valor de venda do papel será menor.

O raciocínio é o seguinte: Taxa de juros sobe, o valor o papel cai. O contrário é verdadeiro.

Isso fica bem claro com os preços dos títulos do Tesouro Direto. Quem comprou em 2020 um Tesouro IPCA+ para 2030 e resolveu vender neste ano perdeu dinheiro porque os juros dispararam, isso não aconteceria caso esperasse o seu vencimento. Todos os títulos pagam no vencimento exatamente o que prometido na data de compra.

No entanto, isso não acontece com o Tesouro SELIC. Como esse papel segue a variação da taxa básica de juros de nossa economia, pode ser resgatado a qualquer momento sem perda de ganho de capital.

Papéis como LCI, LCA e LC o regaste antes do prazo, também, depende de mercado secundário. Mas, usualmente são menos líquidos. São títulos mais restritos, com aplicação inicial mais alta e prazos de médios para longos.

2. Por que a inflação americana menor que o previsto impulsiona as bolsas?

A inflação norte-americana que em junho estava em 9,1%, no acumulado em 12 meses, agora em julho caiu para 8,5%. Essa é uma boa notícia para todos os mercados porque aquele país estava com a inflação mais alta dos últimos 40 anos. Essa queda permite que FED (Banco Central norte-americano) alivie a subida dos juros naquele país. Juros altos inibem os negócios, assim, prejudicam o desempenho das empresas e, consequentemente, levam o preços das ações para baixo.

Além do que juros em alta significam que os títulos do Tesouro norte-americanos são atraentes e os recursos ao redor do mundo são atraídos para lá como um porto seguro. Resultado, o dólar se fortalece e prejudica as Bolsas ao redor do planeta.

3. O que seria uma carteira de investimentos ideal hoje para um investidor conservador? Nem na renda fixa estou me dando bem?

A carteira ideal é aquele equilibrada em termos de risco e retorno em consonância com os objetivos do investidor.

Em tese, não há uma carteira ideal para um tipo de investidor, mas há para cada investidor.

Para atender o grau de risco adequado o investidor deve considerar dois parâmetros: a importância do recurso e o prazo face ao objetivo previsto.

Por exemplo, se eu tenho como objetivo casar e realizar uma festa de casamento daqui a dois anos. O prazo que tenho é curto e a importância desse dinheiro é grande, não posso correr riscos. Devo aplicar os recursos de forma mais conservadora, em renda fixa e dentro desse horizonte temporal.

Outro exemplo, estou planejando me aposentar daqui a 30 anos. O prazo é muito longo, mas a importância desses recursos é alta. Assim, posso montar uma carteira com mais risco, pensando em fundos multimercado e renda variável, mas vou ter que equilibrar essa carteira, afinal não posso exagerar no apetite ao risco dada a importância do meu objetivo.

Um investidor conservador deve organizar a sua carteira dessa maneira, mas, o seu perfil naturalmente vai demandar mais na renda fixa e em papéis com liquidez. No entanto, algo é comum a todos os investidores, sempre buscar a diversificação em termos de classes de ativos, tipos, prazos e liquidez.

A situação econômica aqui e no exterior não está das melhores, assim, os mercados estão sentindo, a inflação tem sido alta e os juros subindo – mesmo que agora tenhamos certo alivio com a queda do preço do petróleo. Mas, este cenário prejudica todos os investimentos, até a renda fixa. Em situações como esta, o investidor deve manter a frieza, deixar a emoção de lado, ser racional e manter a estratégia de sua carteira. Mudar de posição agora pode levar a erros e maior prejuízo.

@sigaif

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A Inteligência Financeira é um canal jornalístico e este conteúdo não deve ser interpretado como uma recomendação de compra ou venda de investimentos. Antes de investir, verifique seu perfil de investidor, seus objetivos e mantenha-se sempre bem informado.


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