Citi: operações de risco sacado vêm aumentando nas grandes varejistas desde 2020
Os analistas do banco fizeram uma avaliação das demonstrações financeiras de Magazine Luiza e Via
Operações de risco sacado, também chamada de “forfait” e de financiamento a fornecedor, vem crescendo entre as grandes varejistas Magazine Luiza (MGLU2) e Via (VIIA3) desde o quarto trimestre de 2020, diz o Citi.
Os analistas João Pedro Soares e Felipe Reboredo fizeram uma análise das demonstrações financeiras de Magazine Luiza e Via para tentar verificar o impacto das operações do tipo, que vinha sendo contabilizada erroneamente pela Americanas (AMER3).
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Eles mostram que no fim do terceiro trimestre, as operações de “forfait” de Magalu representavam R$ 3,9 bilhões do total de R$ 8,6 bilhões das contas a fornecedor. Já no caso de Via, representava R$ 2,5 bilhões do total de R$ 9,6 bilhões.
“Em nossas conversas com as empresas, o racional por trás dessas operações é uma transferência de titularidade da dívida, com fornecedores antecipando recebíveis por bancos, enquanto as varejistas transferem a obrigação”, comentam.
Eles notam que normalmente essa operação não gera um aumento nas despesas financeiras, ocorrendo quando as empresas precisam estender o prazo de pagamento, gerando juros. “Por isso é difícil saber exatamente esses números.”
O banco acredita que o aumento gradual ao longo dos trimestres no uso do instrumento do “forfait” parece sinalizar que as empresas estão tendo que aumentar seus ciclos de pagamento com os fornecedores.
O Citi tem recomendação neutra para Magazine Luiza e Via, com preços-alvos em R$ 4,80 e R$ 3, respectivamente. Nesta segunda-feira (16), as ações de Magazine Luiza e Via subiam acima de 10%, cotadas na faixa de R$ 3,80 e R$ 2,65, respectivamente.