São Martinho (SMTO3) e Raízen (RAIZ4) perdem toneladas de cana com queimadas

Ações da São Martinho (SMTO3) caem mais de 4% após empresa informar queima de cana-de-açúcar; mercado vê piora no Ebitda

São Martinho (SMTO3) perdeu 20 mil hectares para incêndios em São Paulo. Foto: Pixabay
São Martinho (SMTO3) perdeu 20 mil hectares para incêndios em São Paulo. Foto: Pixabay

Os focos de queimadas localizados no interior norte de São Paulo provocaram a perda de milhares de toneladas de cana-de-açúcar para Raízen (RAIZ4) e São Martinho (SMTO3). A companhia controlada pela holding Cosan (CSAN3) divulgou ao mercado impacto de 1,8 milhão de toneladas de cana própria ou de fornecedores, o que representa 2% da safra prevista para a temporada de 2024 a 2025.

Já a São Martinho divulgou a perda de 110 mil toneladas de cana-de-açúcar. A empresa possui 65% das terras próprias no interior de São Paulo e, em nota, assegurou investimento de R$ 70 milhões para “preservar a produtividade de safras seguintes”.

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Sucroalcooleiras devem acelerar moagem de cana-de-açúcar

No comunicados respectivos, as sucroalcooleiras afirmaram que devem acelerar a moagem de cana-de-açúcar para diminuírem impactos dos incêndios na safra.

Entre quinta-feira e domingo, a São Martinho (SMTO3) contabilizou a queima de 20 mil hectares de cana-de-açúcar. “Os focos foram combatidos pelas brigadas de incêndio da companhia, sem registro de vítimas ou impactos em outros ativos”, disse a empresa em nota.

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Assim, a cana recuperada dos incêndios será processada nos próximos dias, sem afetar o total de açúcar total recuperável (ATR) previsto. Ao mesmo tempo, a São Martinho projeta perda de eficiência na conversão de açúcar. A companhia deve, assim, compensar os efeitos por meio de aumento na produção de etanol.

Já a Raízen assegura que “vem combatendo focos de incêndio que afetaram parte dos canaviais” próprios e de fornecedores.

Para mitigar a perda de 2% de safra de cana-de-açúcar, a empresa está “priorizando a moagem da cana afetada”.

“Com essa medida, esperamos que as perdas e impactos em nossos resultados sejam imateriais”, divulgou a Raízen.

Mercado vê piora na São Martinho (SMTO3) e ações caem 4%

O mercado financeiro reage negativamente ao impacto dos incêndios que afetaram São Martinho e Raízen.

A XP Investimentos afirma que o mercado reagiu de forma “exagerada” ao valorizar a ação da São Martinho (SMTO3) em 4,60% no pregão de segunda-feira, na esteira de aumento do preço de açúcar no cenário internacional. A commodity agrícola saltou 3,42% na bolsa de Nova York.

“O aumento dos preços levou as ações da São Martinho a subirem, sem o mesmo impacto para a Raízen (RAIZ4)”, dizem os analistas da XP em relatório. Os especialistas acreditam que existe “assimetria negativa” no preço da ação e “riscos baixistas” nas previsões de Ebitda para os próximos dois anos.

O aumento de produção de etanol em decorrência dos incêndios levou a XP a reduzir estimativas de lucro operacional da São Martinho em 1,5% para 2024/2025. Além disso, a casa cortou a projeção de fluxo de caixa livre por 0,6%.

Já o Itaú BBA prevê redução de R$ 40 milhões no Ebitda da sucroalcooleira já neste ano.

Analistas preveem um impacto de R$ 110 milhões, cerca de 1% do valor de mercado da São Martinho na bolsa.

“Reconhecemos que os preços do etanol provavelmente aumentarão ao longo da colheita à medida que a paridade melhorar, o que deve mitigar os impactos ainda mais”, dizem analistas do banco. “Mas estamos assumindo conservadoramente em nosso caso base que os preços do etanol permanecerão nos níveis atuais.”

As ações da São Martinho (SMTO3) caíram 3,49% no pregão desta terça-feira. Ao mesmo tempo, a queda no papel da Raízen (RAIZ4) foi menor, de 0,61%, no mesmo horário. Sua dona, a Cosan (CSAN3), cedeu 0,43% no Ibovespa.

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