Assembleia da Petrobras (PETR4): reviravolta em dividendos extraordinários e debate sobre conselheiros darão o tom da reunião de hoje
Reunião de acionistas nesta quinta-feira (25) deve definir pagamento de proventos adicionais; recondução dos conselheiros Marcelo Gasparino e Juca Abdalla será objeto de questionamentos
O Conselho de Administração da Petrobras (PETR4) se reúne nesta quinta-feira (25), em Assembleia Geral Extraordinária (AGE), para decidir sobre a proposta de distribuição dos dividendos extraordinários da petroleira e a composição de seu conselho.
Dessa maneira, serão eleitos, em meio às discussões em torno dos indicados, novos integrantes do conselho. Os dois temas suscitaram debates acalorados.
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No caso dos dividendos extraordinários, dado que são uma parcela do lucro da empresa além do mínimo obrigatório estipulado pela política de remuneração aos acionistas da empresa, o governo interveio, mas retrocedeu.
Agora, o governo propõe o pagamento de 50% de dividendos extras da Petrobras. O governo detém a maioria do conselho: são 11 conselheiros e o governo ocupa 6 cadeiras.
Restantes das reservas de capital
Na noite de sexta-feira (19), a Petrobras anunciou que o conselho de administração da empresa, em reunião realizada no mesmo dia, considerou, por maioria de votos, que o pagamento de 50% da reserva de capital como dividendos extraordinários não comprometeria a sustentabilidade financeira da companhia.
Assim, o colegiado avaliou que a capacidade de financiamento da Petrobras subiu de 65% para 85%, isso em razão do aumento do preço do barril do petróleo.
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Além disso, a nota também informava que o conselho discutirá o pagamento dos 50% restantes ao longo do ano.
Para o ano, o Itaú BBA estima um dividendo ordinário de R$ 47 bilhões (dividend yield de 9,0%), ao qual será acrescido um dividendo extraordinário de R$ 22 bilhões (dividend yield de 4,2%), referente aos 50% restantes das reservas de capital.
Se a Petrobras decidir anunciar hoje 100% das reservas como dividendo extraordinário, isso implicará um dividend yield de 17,4% em 2024 (regime de competência).
É esta decisão que hoje será levada à Assembleia Geral Ordinária (AGO).
Conselheiros no holofote
Outro ponto que deve suscitar debates acalorados na AGE da Petrobras é a composição dos membros do conselho da empresa.
Hoje, dos 11 conselheiros, quatro representam investidores privados. No caso de dois deles – o advogado Marcelo Gasparino e o investidor Juca Abdalla –, o Comitê de Pessoas e de Elegibilidade da Petrobras levantou conflito de interesses e recomendou que eles tenham suas atuações limitadas,
Gasparino atua em três outros conselhos – Vale, Banco do Brasil e Eletrobras. Por isso, o Comitê de Pessoas e de Elegibilidade da Petrobras questionou sua participação, alegando principalmente conflito com a cadeira que ocupa no conselho da Eletrobras. Petrobras e Eletrobras têm planos de investir na transição energética.
Já Abdalla, do Banco Clássico, é um grande investidor, que detém participação no capital não apenas da Eletrobras, mas também da Cemig – onde também é conselheiro –, na Engie Brasil e CEG Geração de Energia (RJ). Empresas que tendem a competir cada vez mais com a Petrobras, a medida que a petroleira avançar nos novos projetos de energia.