Mercado segue enfeitiçado por Embraer, mesmo após subir 150% em 2024; Bofa eleva preço-alvo
Analistas de várias casas de investimentos mantiveram recomendação de compra para as ações
O Bank of America elevou nesta quinta-feira (21) o preço-alvo para os ADR (recibos de ações negociados na Bolsa de Nova York) da Embraer (ERJ), de US$ 40 para US$ 55.
Dessa forma, o banco de investimentos norte-americano enxerga potencial de valorização de 46% para o papel nos próximos 12 meses em relação ao preço de fechamento da véspera (US$ 37,69).
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Isso, mesmo com uma disparada de mais de 110% do papel em dólares (150% em reais) em 2024.
O BofA, porém, foi apenas uma das casas de investimentos que saíram enfeitiçadas do encontro anual da companhia com investidores na última segunda-feira (18).
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Nele, executivos da companhia explicaram como a Embraer está pronta para crescer em todas as suas principais linhas de negócios.
Consequentemente, analistas de Itaú BBA, Santander e BTG Pactual, dentre outros, saíram do evento reforçando recomendação de compra para as ações.
Dentre os destaques do encontro com a Embraer, os analistas citaram:
Área de negócios | Panorama da empresa |
Aviação comercial | Expectativa de encomendas crescentes de Cingapura, China e Estados Unidos |
Jatos executivos | Mudanças demográficas pós-pandemia estão aumentando fortemente a demanda por jatos, permitindo à Embraer ampliar margens de lucro |
Defesa | Conversas avançadas com os Estados Unidos para venda do avião de transporte C-390 Millennium; expectativa de vender 80 jatos para a Otan |
Manutenção | Estreia de unidade em Portugal e parcerias para outras bases na Ásia e nos EUA devem garantir receitas extras de longo prazo |
Eve (táxis aéreos) | Expectativa de receber licenças de autoridades aéreas de Brasil e dos Estados Unidos até 2027 |
Fontes: relatórios de análise de Bank of America, BTG Pactual, Santander e Itaú BBA.
Com base nesse horizonte, a Embraer previu alcançar receita líquida de US$ 10 bilhões até 2030, quase o dobro do ano passado.
Embraer (EMBR3): céu de brigadeiro
O detalhamento dos planos de longo prazo da companhia veio dias depois de a companhia reportar os resultados do terceiro trimestre com números acima das expectativas do mercado. E isso refletiu aumento nas entregas e pagamentos antecipados de clientes, o que impulsionou o fluxo de caixa.
Além disso, a carteira de pedidos da Embraer atingiu um pico de nove anos em US$ 22,7 bilhões.
Consequentemente, o JPMorgan já havia elevado o preço-alvo de EMBR3, antes mesmo do Investor Day.
Para o curto prazo, tanto o JPMorgan quanto o BofA esperam resultados igualmente fortes para a Embraer neste quarto trimestre.
Antes disso, a companhia já havia recebido elevação da nota de crédito por parte da Fitch, citando receitas fortes, margens crescentes e mercado resiliente.
Assim, a nota atribuída à empresa chegou a BBB-, entrando na categoria de baixo risco de crédito, o que o governo brasileiro não tem.
O maior fator de diferenciação da Embraer é o quão essencial ser inovadora em engenharia é para a identidade central da empresa.
Por fim, a companhia ainda assegurou receita extra de US$ 150 milhões, como resultado de uma arbitragem contra a Boeing.
Modelo de negócios é forte, diz BofA
“Certificar 20 aeronaves nos últimos 25 anos não é apenas um feito monumental na indústria aeroespacial, mas fala muito sobre o talento, a cultura e o processo de engenharia que a empresa construiu”, resumiu o BofA em seu relatório.
Segundo o banco, enquanto o resto da indústria luta para projetar, acelerar e dar suporte a programas de aeronaves, a Embraer continua trazendo novos jatos e agregando valor.
Além disso, a Embraer está fortalecendo e alavancando o uso de inteligência artificial, enquanto expande sua presença em fornecedores importantes.