Investir em ações baratas de empresas em recuperação judicial é um bom negócio?

André Bucione, sócio da Alvarez & Marsal, especializada em reestruturação empresarial, explica que é preciso conhecimento, paciência e sangue frio

Setores importantes para economia, que passam por uma crise conjuntural ou estrutural, apresentam boas oportunidades de investimento: varejo, construção civil e até agronegócio. Pelo menos, 25 ações, “muito baratas”, negociadas na B3, na metade de maio, eram de empresas em processo de recuperação judicial.

Em entrevista para a Inteligência Financeira, André Bucione, sócio da Alvarez & Marsal, especializada na reestruturação e assessoria financeira para situações especiais no Brasil e no exterior, explica que as ações baratas, lá na frente, podem representar grande oportunidade. A entrevista completa você assiste aqui.

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Sangue frio

“O problema é aguentar a volatilidade e saber que há um grau de risco elevado”, afirma Bucione. Esse tipo de investimento exige conhecimento, paciência e “sangue frio” para aguentar a turbulência.

Atualmente, há gestores especializados na criação de fundos que compram o crédito dessas empresas em recuperação e, em contrapartida, investidores que buscam alocação em fundos com rentabilidade maior.

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Pelo menos, 25 ações negociadas na B3 em 15 de maio, eram de empresas em processo de recuperação judicial. Entre elas: Americanas, Light, Oi, Paranapanema, Refinaria de Petroleos Manguinhos, Rossi Residencial, Saraiva, Teka, entre outras.

A combinação de juros altos, aumento da inadimplência, somado ao acesso restrito, acelerou a crise em muitas empresas que partiram para o pedido de recuperação judicial para continuar operando.

Varejo digital

Segundo André Bucione, muitas empresas estão perdendo espaço para o varejo digital. É uma transformação acelerada, mas ainda pode levar uma década.

A pergunta é “quando vai ser o ponto de inflexão” que vai mudar o cenário”, diz André Bucione. Por esse motivo, é um investimento de longo prazo.

A boa notícia do especialista em reestruturação é que há muita disposição e energia das empresas para resolver problemas que, no passado, eram jogados para debaixo do tapete.

Ele menciona como exemplo balanços que não comportavam um estoque de dívida e, então, a empresa dissociava passivos e ativos. “Assim, credor e empresário empurravam o problema para frente”, diz.

Quais empresas estão em recuperação judicial?

Para te ajudar, a Inteligência Financeira levantou junto à B3 a lista de empresas que estão em recuperação judicial. A última atualização deste levantamento é de segunda-feira (15). São elas:

  • AMERICANAS (AMER3)
  • ATMASA (ATMP3)
  • BARDELLA (BDLL3)
  • BARDELLA (BDLL4)
  • ETERNIT (ETER3)
  • POMIFRUTAS (FRTA3)
  • HOTEIS OTHON S.A. (HOOT4)
  • IGB ELETRÔNICA (IGBR3)
  • JOAO FORTES (JFEN3)
  • LIGHT S/A (LIGT3)
  • NEXPE (NEXP3)
  • OI (OIBR3)
  • OI (OIBR4)
  • PARANAPANEMA (PMAM3)
  • RENOVA (RNEW3)
  • RENOVA (RNEW4)
  • RNEW11 RENOVA
  • REFINARIA DE PETROLEOS MANGUINHOS (RPMG3)
  • ROSSI RESIDENCIAL (RSID3)
  • SARAIVA (SLED3)
  • SARAIVA (SLED4)
  • TECNOSOLO (CNO3)
  • TECNOSOLO (TCNO4)
  • TEKA (TEKA3)
  • TEKA (TEKA4)

A Inteligência Financeira é um canal jornalístico e este conteúdo não deve ser interpretado como uma recomendação de compra ou venda de investimentos. Antes de investir, verifique seu perfil de investidor, seus objetivos e mantenha-se sempre bem informado.


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