Gestores optam por ativos que lucram com a alta dos juros, de olho em ciclo de quatro altas na Selic

Gestores têm ampliado as posições que lucram com a alta das taxas dos juros, com a valorização do dólar frente ao real e com a queda da bolsa

Montagem de índice financeiro com notas de dólar. Foto: Javier Ghersi/Getty Images
Montagem de índice financeiro com notas de dólar. Foto: Javier Ghersi/Getty Images

O Boletim Focus divulgado na segunda-feira pelo Banco Central mostrou que as projeções do mercado financeiro para a Selic dispararam. A mediana das projeções das instituições financeiras consultadas pelo BC aponta para quatro altas consecutivas de 0,25 ponto nos juros até janeiro de 2025.

A alta inesperada do PIB (Produto Interno Bruto) , combinada com um mercado de trabalho aquecido, consolidou a expectativa de que o BC iniciará ciclo de elevação dos juros. Com isso, ideia é evitar que a expansão acelerada da economia pressione a inflação.

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Se as previsões se confirmarem, ao fim do ciclo, a Selic subirá dos atuais 10,5% para 11,5%. Há analistas com estimativas ainda mais ‘altistas’.

Por exemplo, o Bank of America (BofA), que revisitou sua estimativa para a trajetória da Selic  no curto prazo. Assim, passou a incorporar em seu cenário-base uma alta de 0,25 ponto percentual (p.p.) na taxa básica de juros já na próxima semana.

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Adicionalmente, a instituição financeira projeta duas altas de 0,5 p.p. em novembro e dezembro. Seguida de uma elevação de 0,25 p.p. em janeiro.

Portanto, o que levaria a Selic para 12% no início do ano que vem.

Resposta do mercado

Como efeito, a percepção de boa parte dos agentes financeiros sobre os riscos domésticos voltou a piorar nas últimas semanas. Na sequência, importantes gestoras do mercado local iniciaram apostas mais pessimistas contra os ativos brasileiros.

Os gestores têm ampliado, especialmente, as posições que lucram com a alta das taxas dos juros futuros, com a valorização do dólar frente ao real e com a queda da bolsa.

Entre as instituições que adotaram recentemente um viés mais pessimista em suas alocações domésticas estão Verde Asset, Kapitalo Investimentos, Ibiuna Investimentos, Legacy Capital, XP Asset Management e Occam.

O Fundo Verde, de Luis Stuhlberger, por exemplo, zerou a exposição à bolsa de valores no Brasil. Mesmo considerando que agosto foi o melhor mês do Ibovespa em 2024. A última vez em que o fundo da Verde Asset zerou posição em papéis domésticos foi em 2016.

Com informações do Valor Econômico.

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