Mudanças de financiamento imobiliário da Caixa não devem impactar Cury (CURY3), diz CIO
Alteração de teto de subsídio da Caixa afeta Minha Casa, Minha Vida, mas Cury (CURY3) deve manter margem positiva
A mudança no teto de financiamento imobiliário subsidiado pela Caixa Econômica Federal deve afetar a demanda pelos imóveis da Faixa 4 do programa habitacional Minha Casa, Minha Vida e atingir construtoras de baixa renda. Mas a Cury (CURY3) não espera queda no volume de vendas sobre novas ofertas, apesar de alterações vindas da Caixa, disse o presidente do conselho da construtora e diretor de relações com investidores (CIO), Ronaldo Cury.
A XP Investimentos, que se reuniu com o chairman da Cury, concluiu a partir do encontro que a construtora segue focada em expandir projetos em São Paulo após mudanças do plano diretor da cidade. E, além disso, aumentou estimativas de lançamentos para 2025 de 6% para 8% em comparação com 2024.
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Cury espera manter volume de vendas no MCMV
Apesar da mudança de 80% para 70% na parcela de financiamento imobiliário subsidiada pela Caixa em imóveis residenciais, a Cury (CURY3) deve manter o volume de vendas sobre ofertas na Faixa 4 do Minha Casa, Minha Vida.
Pelo menos, essa foi a sinalização de Ronaldo Cury a analistas da XP. A construtora é uma das principais atuantes no segmento de baixa renda no País e faz parte do programa MCMV, assim como MRV (MRVE3) e Direcional (DIRR3).
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“A Cury parece confiante em manter seus níveis atuais de VSO, com a Faixa 4 (do MCMV) ainda capturando clientes de renda mais alta que perderam o poder de compra no segmento de média renda”, dizem os analistas da XP Ygor Altero e Ruan Argenton.
Atualmente, a margem de venda sobre oferta da Cury é de 44%.
Como estratégia para contornar as mudanças da Caixa, analistas notam que a Cury (CURY3) vem aumentando sua participação em áreas “de maior renda”. Em São Paulo, por exemplo, a empresa expande em bairros como Vila Leopoldina (zona Oeste) e Chácara Santo Antônio (zona Sul).
Essa faixa de clientes, diz a XP, não sofreu ainda com o aumento da taxa de juros.
A inflação de construção também preocupa a Cury. “A empresa parece estar garantindo negociações favoráveis com os empreiteiros”, dizem analistas da XP. O INCC (Índice Nacional de Construção Civil) subiu 6,34% em 12 meses até dezembro, de acordo com a FGV.
Assim, o aumento de preços causa, ao mesmo tempo, preocupação pela desvalorização do real. A Cury deve manter uma margem saudável, contudo, porque vai repassar os preços e aumentar a aquisição de terrenos, prevê a XP.
Cury (CURY3) deve lançar R$ 7,35 bilhões em 2025
A Cury (CURY3) continua como ação preferida da XP no setor de construção civil na bolsa de valores.
Na visão da corretora, a empresa deve lançar R$ 7,35 bilhões em vendas em 2025, com base em lançamentos “fortes” em São Paulo e concentrados no primeiro semestre. O volume geral de vendas pode chegar a R$ 5 bilhões nos primeiros seis meses.
O ambiente mais favorável para a Cury “deve impactar positivamente o crescimento da receita em 2026”, diz a XP. O lucro da construtora, assim, deve aumentar 3% em 2025 e mais 8% no ano seguinte.
“Os recentes movimentos de queda do mercado criaram um ponto de entrada sólido para as ações da Cury (CURY3)”, argumenta a XP.
Além disso, analistas explicam que a Cury deve continuar gerando caixa líquido no ano, o que motivaria “distribuições atrativas de dividendos” a acionistas. Neste ano, o yield de valor da ação repassado a investidores por meio de proventos estimado pela XP é de 9,8%.
Em contraponto, a corretora reduziu o preço-alvo da ação em 12 meses de R$ 30 para R$ 28.