Empresas do Ibovespa superam previsões de lucro pela primeira vez em um ano, diz Bofa
Resultado foi apurado quando se faz o recorte excluindo empresas de commodities; confira desempenho setor a setor
Os resultados das empresas que fazem parte do Ibovespa no terceiro trimestre superaram as expectativas pela primeira vez em um ano, afirmou nesta terça-feira (21) o Bank of America.
Ainda assim, tanto nas métricas de receita quanto de resultado operacional (Ebitda) e de lucro, o conjunto dos balanços apresentou queda na comparação com o terceiro quarto de 2022, apontou o Bofa.
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No conjunto, as receitas das empresas do índice foi 6% menor, enquanto o Ebitda teve declínio de 8% e os lucros diminuíram em 25%, de acordo com o relatório.
Porém, excluindo empresas de commodities, esses índices apontaram altas de 1%, 13% e 6% respectivamente.
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Neste recorte, foi o primeiro crescimento desde o primeiro trimestre de 2022.
Confira a avaliação do Bofa setor a setor:
Saúde
Resultados gerais positivos no trimestre, com destaque para Hapvida (HAPV3), com melhora operacional, impulsionada por reajuste de preços. Rede D’Or (RDOR3) foi o ponto negativo, com aumento de inadimplência.
Educação
Resultados globais positivos, com aumento de tickets, liderada por Ânima (ANIM3), que teve forte geração de caixa sustentada por maior eficiência de custos e efeitos inorgânicos.
Telecomunicações
Telefônica (VIVT3) e TIM (TIMS3) apresentaram resultados sólidos, com crescimento das receitas de serviços móveis acima da inflação, expansão de margens e forte geração de caixa.
Finanças
Os bancos privados tiveram fraco crescimento da carteira de crédito, aumento das margens com juros e estabilização da inadimplência.
Já o Banco do Brasil (BBAS3) teve expansão mais robusta dos empréstimos, porém com provisões maiores para calotes e alta de dois dígitos nas despesas operacionais.
Por sua vez, BTG Pactual (BPAC11) e XP (XPBR34) registraram fortes resultados apoiados pela área de banco de investimento, enquanto o Nubank (ROXO34) superou as previsões com despesas mais baixas, compensando desaceleração na geração de receitas.
Óleo e gás
Resultados mais fracos do que o esperado para Petrobras (PETR4), explicados por custos de exploração mais elevados. Prio (PRIO3) veio em linha, apoiada pelo aumento da produção. 3R (RRRP3) superou as expectativas, com aumento da produção .
Metais
Vale (VALE3) relatou embarques mais fortes de minério de ferro, preços de minério de ferro e de cobre mais elevados, o que compensou os embarques de níquel e os preços realizados mais fracos. Aumento de produção também foi destaque de CSN (CSNA3) e Gerdau (GGBR4), enquanto Usiminas (USIM5) teve resultados fracos.
Transportes
Desempenhos mistos, com viés negativo. Rumo (RAIL3) foi destaque positivo com redução de custos. CCR (CCRO3) e Ecorodovias (ECOR3) também tiveram resultados fortes.
Na outra ponta, as empresas de locação de veículos e gestão de frotas Vamos (VAMO3), Localiza (RENT3) e Movida (MOVI3) decepcionaram.
Frigoríficos
“Vimos alguns desafios devido ao fraco desempenho das exportações”, afirmou o Bofa.
JBS (JBSS3) entregou resultados em linha, com o fraco desempenho no Brasil compensado por melhores vendas de carne bovina nos EUA.
Marfrig (MRFG3) apresentou resultados mais fortes, com EUA e melhores margens na América do Sul. BRF (BRFS3) no Brasil foi sólido devido à redução dos custos de alimentação e aos ganhos de eficiência.
Energia
As distribuidoras Equatorial (EQTL3) e Engie (ENGI11) foram os destaques, com crescimento de volumes e controle de custos. Eletrobras (ELET3) também se destacou com ganhos de eficiência.
Varejo
Mercado Livre (MELI34) foi mais um vez destaque no comércio eletrônico, enquanto Magazine Luiza (MGLU3) teve vendas mais fracas.
O setor de vestuário teve desempenho misto, com Arezzo (ARZZ3) mostrando expansão de margem bruta e disciplina de custos e Lojas Renner (LREN3) tendo melhora nas vendas, mas enfrenando maior concorrência.
Os varejistas de alimentos tiveram um trimestre fraco.
Revisões para 2024
Segundo o Bofa, num cenário de taxas de juros em queda no Brasil, e a expectativa de que caiam também em 2024, há espaço para melhora nas projeções de desempenho de empresas do Ibovespa.
Na pesquisa liderada pelo banco com gestores de recursos, a expectativa de revisão para cima dos lucros de 2024 das companhias do índice agora é de 34%, ante 26% no levantamento em outubro.