Aquisição da Vibra (VBBR3) deve afetar pagamento de dividendos, avaliam bancos
Ao mesmo tempo, analistas apontam que companhia reforça posicionamento estratégico ao antecipar a aquisição da Comerc
A Vibra Energia (VBBR3) reforça seu posicionamento estratégico ao antecipar a aquisição de participação restante na Comerc. Assim aumentando a longevidade do portfólio e aumentando exposição em energia renovável, diz o Itaú BBA.
Os analistas Monique Martins Greco Natal, Bruna Amorim e Eric de Mello escrevem que a decisão também elimina riscos da opção de compra que seria disparada em 2026 e que a empresa teria pouco controle sobre o valor.
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No entanto, o valor desembolsado pela companhia foi substancial e pode preocupar investidores sobre as decisões de alocação de caixa. Uma vez que a expectativa era de pagamento de dividendos maiores do que o mínimo estatutário.
O Itaú BBA tem recomendação de compra para Vibra Energia, com preço-alvo em R$ 28.
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‘Melhora estratégia de longo prazo, mas limita dividendos’
A decisão da Vibra Energia de acelerar a aquisição de 50% da Comerc tem um lado positivo, na medida em que a Comerc oferece um potencial de alta significativo para a estratégia de longo prazo da Vibra. Particularmente dada a visibilidade melhorada dos resultados futuros, mas a probabilidade de dividendos elevados deve cair, diz o BTG Pactual.
Os analistas Pedro Soares, Henrique Pérez e Thiago Duarte escrevem, em relatório, que a decisão de exercer a opção de compra antecipadamente envolve risco mínimo de execução, com alta visibilidade sobre os resultados de curto prazo. Dado que 80% do lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) esperado para 2025 vem de contratos ajustados pela inflação com margens Ebitda de 74%.
No lado negativo, escrevem os analistas, os investidores agora podem atribuir probabilidades menores a pagamentos de dividendos que excedam 40% dos lucros, o que pode pesar no desempenho de curto prazo das ações.
Então, o potencial para pagamentos mais elevados estava aumentando devido à geração forte de fluxo de caixa livre para o acionista e alavancagem baixa da Vibra, afirmam eles.
O BTG Pactual tem recomendação de compra para VBBR3, com preço-alvo de R$ 34.
Prioridades estratégicas
A Vibra Energia acelerou a aquisição dos 50% restantes da Comerc, originalmente prevista para de 2026 a 2028, e tem como objetivo reforçar suas prioridades estratégicas e sua posição como uma plataforma multienergética líder, diz o JPMorgan, acrescentando que seu relatório é baseado apenas em informações factuais dado o seu envolvimento na transação.
O analista Rodolfo Angele e equipe escrevem, em relatório, que a transação traz retornos financeiros atrativos, menor risco — 100% dos ativos estão construídos e contratados —, continuidade e alinhamento da equipe atual e novas oportunidades de investimento.
Além disso, a Vibra está pronta para agregar valor, estimando R$ 1,4 bilhões em sinergias a serem capturadas em dois anos após o fechamento, previsto para o primeiro trimestre de 2025.
Segundo os analistas, a Comerc expande a presença da Vibra em soluções de eletricidade renovável, na medida em que a Comerc tem exposição principalmente à comercialização de eletricidade e geração eólica e de energia, com cerca de 80% do lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) do primeiro semestre de 2024 vindo do negócio de geração.
O JPMorgan tem recomendação de compra para Vibra, com preço-alvo de R$ 29.
Vibra promete manter política de dividendos
Já o presidente da Vibra Energia, Ernesto Pousada, disse nesta quarta-feira (21) que a companhia manterá a política de dividendos de remunerar os acionistas com 40% do lucro líquido, mesmo com a aquisição dos 50% de participação remanescente na Comerc Energia.
Segundo o executivo, que participa de teleconferência com analistas para explicar detalhes da operação, a previsão para este ano é que os dividendos sejam pagos independentemente da Comerc, a partir do resultado da Vibra.
Para 2025, acrescentou o diretor financeiro e de relações com investidores da Vibra, Augusto Ribeiro, a expectativa é que os dividendos reflitam a captura dos benefícios gerados pelas sinergias que o negócio proporcionará à companhia.
Ribeiro destacou que a empresa avalia que o atual nível de alavancagem, medido pela razão entre a dívida líquida e o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês), entre 1,5 vez e duas vezes, está adequado. “Mas não tem problema subir um pouco”, acrescentou.
Isso porque, explicou, o Ebitda que será gerado no curto prazo dá segurança na decisão de antecipar a compra.
Com informações do Valor Econômico