Novela de dividendos da Petrobras (PETR4) ‘não acabou’, diz Jean Paul Prates

Jean Paul Prates, CEO da Petrobras (PETR3;PETR4), diz que companhia pode distribuir excedente de lucro de reserva 'a qualquer momento'

Sede da Petrobras no Rio de Janeiro. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
Sede da Petrobras no Rio de Janeiro. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

A novela de dividendos da Petrobras (PETR3;PETR4) “não acabou”, disse o presidente da estatal, Jean Paul Prates, sobre a possibilidade da companhia distribuir proventos extraordinários em 2024.

O repasse “pode ser feito a qualquer momento”, afirma o CEO.

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A partir do lucro líquido de R$ 124,6 bilhões em 2023, a companhia alocou um excedente de R$ 43 bilhões à reserva de remuneração aos acionistas. O valor “não vai ser usado para novos investimentos da companhia”, afirmou o diretor financeiro da Petrobras, Sergio Caetano Leite.

Prates afirmou que a petroleira “voltou para contribuir para a construção de um mundo melhor”. A estatal reportou um lucro líquido de R$ 124,6 bilhões, o segundo maior de sua história, mas decepcionou ao anunciar uma distribuição ordinária de R$ 14,2 bilhões.

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O mercado esperava a distribuição de um dividendo extraordinário.

A razão da Petrobras (PETR4) ao evitar dividendo extraordinário

O diretor financeiro da Petrobras (PETR3;PETR4) explicou que o conselho de administração da companhia decidiu não pagar dividendos extraordinários para seguir o Plano Estratégico da empresa. A decisão se apoiou “basicamente no que consta no PE, ou seja, no compromisso de cuidado de alocação de capital”, destacou Leite.

“O racional do Conselho de Administração é de que 2024 e 2025 serão anos de grande esforços de investimentos”, disse o CFO.

Ele afirmou que isso deve levar a Petrobras a fazer uma gestão de caixa “diferente” de outros anos.

“Mas a qualquer momento o conselho pode determinar a distribuição de pagamentos de dividendos. Não é para acordo tributário ou financiamento”, disse Leite.

O CFO também descartou a distribuição de dividendos extraordinários a partir do lucro apurados entre os trimestres. A regra fazia parte da política de dividendos anterior da Petrobras.

A atual política da estatal determina a criação de um fundo para remuneração aos acionistas.

Desde que o endividamento da Petrobras seja inferior a R$ 65 bilhões, a empresa deve repassar no mínimo 45% do fluxo de caixa livre.

Para Prates, a atual política de dividendos da Petrobras (PETR3;PETR4) “visa manter saúde financeira e capacidade de investimento”. A estatal remunerou acionistas em R$ 76,1 bilhões em 2023, incluindo o programa de recompra de R$ 3,6 bilhões em ações.

Desse montante, R$ 72,4 bi foram distribuídos na forma de dividendos. A União, acionista controladora da Petrobras, recebeu R$ 36,6 bilhões. Além da fatia direta ao governo federal, a Petrobras pagou R$ 240 bilhões em tributos. “A companhia reverteu o valor à sociedade“, diz Prates.

Valor de mercado da Petrobras salta R$ 150 bi em 2023

Leite destacou que a petroleira cresceu R$ 150 bilhões em valor de mercado em 2023, com avanço das ações ordinárias e preferenciais da Petrobras (PETR3;PETR4).

Apesar de ter registrado queda no lucro líquido tanto trimestral quanto anual, o CFO da Petrobras afirmou que a companhia entregou “o segundo melhor lucro líquido e Ebitda da história” sob um cenário adverso no exterior.

A queda no lucro da Petrobras é oriunda, dizem os executivos, da desvalorização de 18% do preço do barril de petróleo Brent em 2023.

E também, sobretudo, da desvalorização do câmbio e queda de 23% na margem de vendas da empresa de óleo e diesel.

“Essa combinação de fatores tem impacto grande no resultado líquido e Ebitda. Apesar da redução de 21% (no Ebitda), a Petrobras ainda se saiu bem contra majors“, disse o CFO, ao se referir a outras gigantes do setor de exploração, como Shell e Exxon Mobil.

Apesar da queda no lucro, executivos destacaram que a Petrobras (PETR3:PETR4) deve aumentar o custo de aquisição de capital em 2024.

A petroleira investiu R$ 3,1 bilhões em 2023, e pretende aumentar esse volume para R$ 3,4 bilhões neste ano, como resultado da expansão do programa de manutenção de refinarias.

Contudo, a projeção da diretoria é de diminuição da dívida bruta em 2024.

O endividamento bruto da petroleira subiu em 2023, terminando o ano no patamar de R$ 62 bilhões. A estimativa é de uma queda para R$ 57 bilhões.

Por enquanto, o mercado vem punindo as ações da Petrobras da bolsa após a divulgação do balanço. As ações ON despencam 11,46% no Ibovespa, enquanto as PN caem -10,47% no começo da tarde.

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