Direcional (DIRR3): valor de venda de fatia da Riva pode ser revertido em dividendos

Montante gira em torno de R$ 200 milhões a R$ 397,5 milhões

Há “probabilidade muito grande” do capital que virá com a venda de parte da subsidiária Riva para a gestora Riza ser retornado ao acionista, disse o diretor executivo da incorporadora Direcional (DIRR3), Ricardo Gontijo, em teleconferência nesta terça-feira.

Na noite de segunda, a companhia divulgou que assinou um memorando de entendimento com a gestora para a venda de 7,55% a 15% da Riva, por R$ 200 milhões a R$ 397,5 milhões, a depender da porcentagem comercializada.

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Daniel Leite, diretor executivo da Riza, explicou no evento que os 7,55% já estão assegurados, por meio de investimentos de fundos de varejo que a companhia já possui. Agora, será feito um trabalho com investidores institucionais, como “family offices”, para captar o restante.

Leite não descartou a vontade de comprar uma parcela maior da Riva, que poderia chegar a 25% ou 30%, se houver demanda excedente por parte dos investidores.

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Em resposta, Gontijo afirmou que essa é uma discussão “para ter no nível do nosso conselho”, mas que a visão da Direcional é de manter o controle sobre a subsidiária. Ele também afirmou que não há conversas nem interesse em vender participação para outros sócios.

Enquanto a Direcional é focada em imóveis do segmento econômico, do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), a Riva tem um público-alvo com renda um pouco maior, que já compra imóveis acima do teto de R$ 350 mil do programa. A renda média do comprador da Direcional é de R$ 4 mil, enquanto da Riva é de R$ 9 mil.

Gontijo ressaltou que a Riva não precisa receber um aporte de capital e tem uma posição confortável para financiar seu pipeline de lançamentos apenas com as linhas de financiamento à produção.

Portanto, o montante obtido com a venda de participação deve ir para a Direcional — que já está menos alavancada do que o ideal, segundo o executivo, com o indicador em 4%, em relação à dívida líquida.

“Dadas as condições atuais, não é necessário incremento da base de equity da empresa”, disse Gontijo. “Não havendo investimento que justifique, temos retornado ao acionista.”

De acordo com Lemos, o investimento da Riza não tem um horizonte previsto para saída.

Questionado sobre o motivo de investir na Riva e não no grupo Direcional em si, que já é negociado na bolsa, o executivo da Riza afirmou que sua gestora enxerga um “potencial de aproveitamento sobre a inteligência da Direcional que talvez não seja percebido pelo mercado”, no sentido de que a subsidiária ainda tem muito a ganhar com a eficiência de operação garantida pela Direcional.

“Isso vai se traduzir em resultados e rentabilidade bem acima do que analistas em geral enxergam em Riva.”

A operação ainda precisa cumprir determinadas condições precedentes, como a celebração de documentos em bases satisfatórias para as partes, a aprovação pelos órgãos societários competentes das partes, a obtenção dos consentimentos e autorizações e a realização de auditoria.

Com informações do Valor Econômico

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