‘Tempestade já passou’, diz CFO do Carrefour (CRFB3) sobre despesas relacionadas a vendas de lojas
Em conferência, o CEO, Stephane Maquaire, disse ainda que não espera recuperar os R$ 1,5 bi perdidos com o fechamento de 123 lojas
Os custos do fechamento ou vendas de 123 lojas do Carrefour Brasil (CRFB3) durante seu processo de otimização da operação física já estão contabilizados. A afirmação foi feita nesta terça-feira (20) durante a conferência do Carrefour referente aos resultados do 4T23.
A empresa fechou 11 supermercados no 4T23 e mais 93 localidades em janeiro (16 hipermercados e 77 supermercados).
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Além disso, o Carrefour espera vender os imóveis de 40 dessas 123 lojas.
“No balanço, agora, já passamos as provisões dessas 123 lojas”, diz Eric Alencar, CFO do Carrefour Brasil. “A tempestade já passou”, complementa o executivo ao comentar as despesas relacionadas às vendas das lojas.
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Em relatório o BTG diz que “todos os desinvestimentos e fechamentos de lojas foram quase na sua totalidade contabilizados na linha de outras receitas/despesas”.
Vendas superam custos, garante CFO durante conferência do Carrefour
Os custos relacionados às vendas desses ativos, que contemplam despesas de caixa e custos de rescisões trabalhistas, entre outros, somam R$ 327 milhões.
Segundo Alencar, as receitas com a venda desses ativos devem cobrir, com alguma sobra, esses custos. “Os terrenos valem cerca de R$ 400 milhões, embora ainda tenha muita coisa em negociação. Mas os ativos ultrapassam esses custos”, garante.
Vendas de loja fechadas não serão recuperadas
O Carrefour reconhece que o fechamento das 123 lojas apagou do balanço R$ 1,5 bilhão em vendas. “Não vemos muitas oportunidades de recuperar essas vendas de forma importante”, afirmou o CEO da empresa, Stephane Maquaire, durante a conferência.
Ainda assim, o executivo não demonstra preocupação, tendo em vista que o número responde por algo perto de 1% do total de vendas.
Recomendação
Antes da conferência do Carrefour, o Itaú BBA disse que as vendas do 4T23 vieram praticamente em linha com as projeções, com atacarejo e varejo afetados por “ventos contrários da deflação de alimentos”.
Por outro lado, o banco vê “melhores tendências no braço de atacarejo, devido à maturação das lojas convertidas e ganhos de eficiências no varejo”. Tudo isso, “combinado com uma melhor taxa de imposto”.
Ainda assim, o Itaú BBA se diz “no aguardo de uma melhoria operacional”.
Diante disso, mantém a recomendação de compra para CRFB3, negociada a um múltiplo preço/lucro em 2025 de 10 vezes, com preço-alvo de R$ 16 ao fim de 2024.