Mills (MILS3) quer surfar infraestrutura com debêntures incentivadas

Sergio Kariya conta como a Mills (MILS3), small cap de aluguel de máquinas, teve recorde de receita

Mills está atrás de novas aquisições para crescer em 2024 e quer dobrar receita em aluguéis de leves e pesados. Foto: Divulgação/Mills
Mills está atrás de novas aquisições para crescer em 2024 e quer dobrar receita em aluguéis de leves e pesados. Foto: Divulgação/Mills

Está nos planos da small cap de aluguel de máquinas para construção e obras Mills (MILS3) ir ao mercado à procura de novas aquisições em 2024, detalha o CEO da empresa, Sergio Kariya.

O executivo diz que a companhia está “reunindo esforços” para que um novo M&A “traga mais resiliência para a companhia”. A Mills paralisou sua conhecida estratégia de compra de empresas promissoras no setor de indústria e maquinário após adquirir a Triengel em 2022.

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Kariya também contou à Inteligência Financeira que a companhia pode sofrer impactos positivos, mesmo que indiretos, da regulamentação de debêntures de infraestrutura incentivadas. O texto do governo federal que elenca os principais setores beneficiados pode trazer mais investimento para obras, levando mais concessionárias às portas da Mills.

“O que estamos mirando é trazer mais resiliência e contratos de longo prazo para a companhia, trazendo isso para a organização de forma orgânica ou inorgânica”, completou.

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O passado da Mills ensinou uma lição valiosa à empresa: depois de sofrer com a deterioração de algumas das principais construtoras do país com a operação Lava Jato, a empresa aprendeu que diversificar era a chave para uma virada de jogo.

A Mills colheu resultados e, ao longo do tempo, transformou o retorno sobre capital investido (ROIC) negativo em 15% para um positivo em 25% em 2023.

“Chegamos a ter margem Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) negativa. No final do ano passado, chegamos a uma margem em torno de 50%”, diz Sergio Kariya.

No ano passado, a Mills atingiu recorde de R$ 1,4 bilhão em receita líquida. Kariya espera que a Mills renove mais uma vez a marca histórica. Assim, a principal meta é dobrar a receita da divisão de alugueis de pesados de R$ 1,1 bilhões em 2023.

Debêntures de infraestrutura e a Mills

A companhia está entusiasmada com o setor de infraestrutura. “Devemos continuar surfando o crescimento de infraestrutura, que já de uma certa forma está contratado com as concessões dos anos anteriores. E mesmo esse ano, tivemos nas duas últimas semanas o leilão da BR-040 (DF-RJ) e do Litoral Paulista que são investimentos que vão continuar acontecendo no setor, beneficiando unidades de negócio”, diz o CEO da Mills (MILS3).

A regulamentação de setores emitirem debêntures incentivadas não tem efeitos diretos sobre o balanço da Mills.

As debêntures incentivadas trazem financiamentos de obras com taxas de juros mais atrativas. De acordo com Kariya, o momento “favorece a Mills indiretamente porque, com esses investimentos, vem a necessidade de alocação de capital e de ativos”.

E a Mills possui os ativos.

“A BR-040, por exemplo, tem um investimento previsto de R$ 5 bilhões de reais para duplicação obrigatória de rodovias. Para fazer essa obra, a concessionária vai precisar do equipamento. Quando ela precisa de equipamentos, eu sou favorecido”, afirma o CEO.

“Olhando ano contra ano, com todos os investimentos que estamos falando para a Mills, mais as expansões que eu comentei, esperamos sim continuar batendo recorde de receitas.”

Recompra de ações pode ir para novo M&A da Mills (MILS3)

Para uma nova aquisição em 2024, o CEO da Mills considera usar as ações incluídas no programa de recompra anunciado pela Mills em março.

O alvo da companhia é adquirir 70 milhões de papéis.

“Eu tenho três formas de uso do capital da companhia”, diz Kariya.

“Eu posso fazer aquisições de empresas, que é o que a gente fez bastante até o ano de 2022 e em 2023 paramos para fazer a integração da Triengel. Muito provavelmente neste ano a gente vai voltar a fazer novas aquisições”, afirma.

O segundo seria a expansão das atuais divisões da Mills, enquanto o terceiro seria a remuneração de acionistas, na forma de dividendos ou programas de recompra.

A ideia, contudo, não é aumentar o payout a acionistas neste ano.

De acordo com o executivo, o objetivo não é cancelar essas ações para aumentar o payout, mas deixar as ações em tesouraria para usar em programas de distribuição de ações para executivos.

Ou, ainda, usá-las em negociação para a aquisição de uma companhia, na forma de troca de ações.

O que a Mills (MILS3) procura para uma nova aquisição?

Para o novo M&A, a Mills procura sinergias com uma empresa industrial de um “setor resiliente” do PIB brasileiro, aponta o diretor-executivo da Mills.

“Desde 2014, venho tentando trazer redução de ciclicidade à Mills. Vemos aumentando o portfólio de produtos para ofertar a nossos clientes”, diz Kariya.

“O que a gente está mirando é trazer isso para a organização orgânica ou inorganicamente, então estamos buscando empresas as quais podem trazer esta resiliência para a companhia para o futuro. Então é difícil te afirmar se vai ser uma empresa A ou B, se vai acontecer neste ano, porque é diferente de eu comprar equipamentos, que é uma decisão unilateral.”

Mas o CEO Mills garante que a companhia está colocando esforços em prospecções de mercado. “Tenho todo o interesse e vontade que aconteça, né? A gente está botando esforços para que isso aconteça. Mas obviamente é preciso casar momentos e interesses também dos controladores das empresas que a gente tem como alvo”, conclui Kariya.

A Inteligência Financeira é um canal jornalístico e este conteúdo não deve ser interpretado como uma recomendação de compra ou venda de investimentos. Antes de investir, verifique seu perfil de investidor, seus objetivos e mantenha-se sempre bem informado.

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