Bolsas dos EUA fecham em forte alta; dólar volta a cair

Dólar voltou a cair, assim como os rendimentos dos títulos do Tesouro, o que beneficiou o ouro; petróleo fechou mais um dia em alta

Telão durante pregão da Bolsa de NY (NYSE) mostra discurso de Jerome Powell, presidente do Fed. Foto: Reuters/Andrew Kelly

Os três principais índices acionários de Wall Street fecharam a sessão desta terça-feira (4) com ganhos superiores a 2,5%. O bom humor predominou com a perspectiva de que dados econômicos mais fracos estariam desenhando uma economia em desaquecimento, o que permitiria que o Federal Reserve (Fed) diminuísse a agressividade de seu aperto monetário.

Diante disso, o dólar voltou a cair, assim como os rendimentos dos títulos do Tesouro americano, o que beneficiou o ouro. Já o petróleo fechou mais um dia em alta, à véspera de uma esperada decisão de corte de produção da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+).

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No fim das negociações, o índice Dow Jones terminou com ganhos de 2,80%, a 30.316,32 pontos, enquanto o S&P 500 avançou 3,06%, 3.790,93 pontos, e o Nasdaq valorizou 3,34%, a 11.176,41 pontos.

Setoriais

Todos os índices setoriais do S&P 500 fecharam com ganhos na sessão, com destaque, mais uma vez, para o setor de energia, que subiu 4,34%, em dia de valorização dos contratos de petróleo. Amanhã a Opep+ deve se reunir e a expectativa é que a organização anuncie um corte em sua produção. As ações da Chevron subiram 3,86%, enquanto as da Exxon Mobil avançaram 3,63%.

Hoje as ações de big techs registraram ganhos acima de 2%, com Apple avançando 2,56%, Microsoft subindo 3,38% e Google valorizando 3,04%. O bom humor, que foi despertado ontem com dados de uma atividade industrial mais fraca nos EUA, ganhou respaldo hoje com a divulgação dos números de vagas não preenchidas e em aberto no mercado de trabalho americano.

Twitter em alta de 22%

Destaque hoje fica com as ações do Twitter, que subiram 22,26% após possível negociação de Elon Musk, dono da Tesla, com a plataforma, depois de seis meses da primeira investida do bilionário para adquirir a rede social.

Mercado de trabalho

Segundo o Departamento de Trabalho do país, as vagas em aberto no fim de agosto caíram para 10,1 milhões, de 11,1 milhões do fim de julho. Essa queda de 10% foi lida como mais um sinal de desaquecimento da economia, alimentando expectativas de que o Fed amenize seu tom, com previsões até de um pivô ou mudança de ritmo do BC americano.

Expectativa de queda na inflação

Em nota divulgada pela manhã, o economista-chefe da Pantheon Macroeconomics, Ian Shepherdson, disse que esse é o primeiro indicador oficial a apontar de forma inequívoca, se não necessariamente confiável, para uma clara desaceleração na demanda por mão de obra. “Se continuar nos próximos meses, e o núcleo da inflação cair tanto quanto esperamos, o Fed não subirá 1,25 ponto percentual até o final do ano [como indicado em ata do BC].”

Otimismo moderado

Mas nem todo mundo enxerga um cenário tão otimista assim. Na avaliação do economista-chefe da TS Lombard, Steven Blitz, a diferença entre a taxa de contratação e a de demissão permanece muito estreita, sugerindo que as empresas ainda precisam buscar mão de obra para contratá-las, e isso mantém a pressão ascendente sobre os salários. “Em outras palavras, nada nesses dados que indique que um pivô do Fed está próximo”, afirmou em nota. “Eventualmente, o Fed obterá taxas altas o suficiente para criar uma recessão, mas elas ainda não chegaram lá.”

Dólar

Mas, enquanto novos dados de inflação e de emprego não chegam, o investidor segue apostando em um Fed menos agressivo. Hoje, o índice DXY, que mede o peso do dólar ante seis moedas de mercados desenvolvidos, operava em queda de 1,43%, a 110,154 pontos perto das 17h20. No mesmo horário, o rendimento da T-note de dez anos caía, a 3,622%, de 3,636% do último fechamento.

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