Bolsas dos EUA: Dow fecha em seu maior nível desde abril; Apple derruba Nasdaq
China também esteve em foco, com aumento de casos de covid-19 e ação do banco central chinês para injetar dinheiro na economia
Os índices acionários de Nova York fecharam com pouca volatilidade em um dia calmo sem grandes oscilações neste pregão curto de hoje, após o feriado de Ação de Graças.
Com a Black Friday iniciando o período de compras de fim de ano, os primeiros sinais do varejo mostram um cenário bem menos animador que em anos anteriores, sem grandes promoções e com a inflação americana – a maior em 40 anos – batendo na carteira do consumidor.
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Assim, o índice Dow Jones fechou em alta de 0,45% a 34.347,03, enquanto S&P 500 caiu 0,03% a 4.026,12 e o Nasdaq recuou 0,52% a 11.226,36. O Dow Jones fechou em seu maior nível em sete meses, desde 21 de abril.
Mesmo com a ata da reunião de novembro do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) do Federal Reserve, divulgado na quarta-feira, avaliando que uma desaceleração no ritmo das altas seria bem-vinda, os investidores não repetiram hoje a animação do pregão de quarta.
“Nós permanecemos céticos que o recente rali marca o início de um novo regime de mercado. A prioridade do Fed permanece o combate a inflação, na expectativa de um fluxo de dados de inflação e mercado de trabalho menores mais consistentes. Contra esse cenário, nós recomendamos ativos defensivos, nos mercados de renda fixa e variável”, disse Mark Haefele, chefe de investimentos do UBS.
China
O ânimo do mercado também é afetado pelo número crescente de casos de covid-19 na China que registrou novos lockdowns durante a semana. Para impulsionar a economia, o banco central chinês, o PBoC, reduziu a taxa de depósito compulsório dos bancos, liberando para empréstimos cerca de US$ 70 bilhões.
Economistas do Goldman Sachs disseram hoje em um relatório que estimam que os distritos que respondem por cerca de 65% do produto interno bruto anual da China são classificados pelo governo como áreas de médio a alto risco e sujeitas a duras restrições no comércio e na vida cotidiana.
A deterioração das leituras das pesquisas de negócios e a queda das exportações já sinalizavam uma desaceleração do crescimento da China mesmo antes da última rodada de restrições e agora ela pode desacelerar mais.
Black Friday
O foco do investidor está, contudo, na movimentação da Black Friday em um cenário de crédito mais caro. Números da S&P Global Market projetam que as vendas durante as festas de fim de ano irão crescer 4,5%, bem menos que os 12,6% registrados no ano passado mas acima dos níveis anteriores a pandemia.
Para Peter Garnry, chefe de estratégia de renda variável do Saxo Bank, a conta da inflação está chegando. “Foi fácil no primeiro estágio da inflação porque havia economias acumuladas durante a pandemia. Agora nós gastamos aquele excedente e estamos chegando no estágio mais difícil de choque inflacionário”, disse, em nota.
Dow recebeu suporte da alta das ações da Home Depot e 3M, que avançaram hoje respectivamente 1,51% e 0,81%. Já a Nasdaq caiu pressionado pelas ações da Apple que recuaram 1,96% depois que os embarques chineses de iPhones caíram e não devem atender os pedidos de fim de ano.
A semana terminou positiva, contudo. Dow subiu 1,78%, S&P 500 avançou 1,53% e Nasdaq teve alta de 0,72%.