Auren cai após anúncio de compra da AES Brasil, que dispara: o que esperar das ações?
Ações da Auren podem ter volatilidade no curto e médio prazos após fusão com AES Brasil; saiba se vale investir agora
A Auren (AURE3) anunciou sua intenção de se fundir com a AES Brasil (AESB3). As ações da AES Brasil saltaram quase 14% no fechamento da quinta-feira (17). Isso com a Auren oferecendo prêmio de aproximadamente 20% para acionistas da empresa que deve ser comprada. Já a compradora desceu perto de 4% no mesmo dia.
Para o BofA, “a fusão se adequaria bem à recuperação da Auren”. Contudo, à primeira vista, o banco vê “retornos apertados” diante de algumas limitações relacionadas às sinergias entre Auren e AES Brasil.
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Para o curto prazo, o investimento na empresa pode ser arriscado, tendo em vista que é esperada “alguma volatilidade nas ações da Auren”, como já visto inclusive, “à medida que os investidores avaliam os riscos ascendentes”.
Próximos passos para consolidação da fusão entre Auren e AES Brasil
Junho | Aprovações regulatórias |
Agosto | Assembleias de acionistas |
Setembro | Escolha de conversão dos acionistas da AESB |
Outubro | Fechamento do negócio se todas as condições forem acertadas |
Segundo Marcos Duarte, analista da Nova Futura Investimentos, a expectativa é que, com a fusão, os códigos hoje usados pelas empresas (AURE3 e AESB3) na bolsa de valores sejam eliminados.
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Assim, após novo lançamento na B3, que não chega a ser um IPO, pode haver um novo código para a empresa que surge.
Recomendações para as ações da Auren e da AES Brasil
Dessa forma, para o BofA, as decisões com relação aos papéis de Auren e AES Brasil devem ser “cautelosas” por conta de valuation já alto e riscos importantes adicionados às operações após a fusão.
Além disso, pode haver frustrações com relação ao pagamento de dividendos de curto prazo.
Marcos Duarte, analista da Nova Futura Investimentos, diz que surge, a partir da fusão, uma empresa muito alavancada, com dificuldades de entregar resultados no curto e médio prazos para acionistas.
“Não vejo oportunidade para entrar nos papéis agora porque a gente não sabe os próximos passos que a nova diretoria e o conselho vão ter como prioritários”, destaca.
A empresa será uma das maiores do setor, “mas o ganho de valor está sendo aguardado mais para o longo prazo”, destaca Duarte.
Ofertas da Auren pelas ações da AES Brasil
A Auren divulgou três opções de oferta para escolha dos acionistas. São elas:
Ofertas | Valores por ação |
1. 10% em dinheiro + 90% em ações | R$ 1,16 + R$ 0,69 (AURE3) |
2. 50% em dinheiro + 50% em ações | R$ 5,78 + 0,38 AURE3 |
3. 100% em dinheiro | R$ 11,55 /AESB3 (prêmio de 18% relacionado ao fechamento da quarta-feira (15) |
Então, a AES Corp, que detém participação de 47% na AESB, anunciou que exercerá a opção 3, com valor total aproximado de R$ 6,7 bilhões.
Assim, a Votorantim, por exemplo, outra acionista importante da empresa, optou por exercer a opção 1.
Sinergias que podem influenciar na valorização das ações da Auren e da AES Brasil
A Auren espera redução de custos de R$ 120 milhões ao ano com o pagamento de impostos e aceleração de R$ 800 milhões em créditos fiscais.
Além disso, prevê otimização da estrutura de capital.
Por outro lado, espera-se que a melhora dos ativos da nova empresa careça de investimento associado.
Concorrentes podem se beneficiar de incertezas pós-fusão
A princípio, os maiores beneficiários da fusão devem ser os concorrentes, tanto de geração quanto distribuição de energia, com destaque para Cemig, a Celesc e Copel, segundo Duarte, da Nova Futura.
“Os acionistas da AES e Auren vão migrar para essas empresas mais consolidadas, mesmo boa parte delas sendo administradas, ainda que em parte, pelo poder público”, avalia.