As melhores ações de Energia para investir ainda em 2023 segundo especialistas
Analistas contam à Inteligência Financeira quais ações do setor de Energia merecem a atenção do investidor; veja quem são as 'queridinhas'
Ações de Energia entraram no radar dos investidores desde o ano passado. O mercado observa um grande fluxo de acionistas para as companhias de transmissão, geração e distribuição em tempos de Ibovespa volátil. Para analistas ouvidos pela Inteligência Financeira, as ações do setor não estão mais tão baratas, mas existem “queridinhas” capazes de se valorizarem. A primeira na ponta da língua é a Eletrobras (ELET3;ELET6).
Os papéis preferenciais de série B da Eletrobras (ELET6) acumulam perdas de 6,79% no ano, enquanto o ativo ordinário está em queda de 16,80%. Outra ação bem-vista é a Cemig (CMIG4).
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Quais são as ações de Energia na bolsa de valores?
Na bolsa, as ações de Energia se dividem em três setores: geração, transmissão e distribuição.
O mercado de transmissão de energia é administrado pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e reúne uma rede de torres de transmissão de 179,3 mil quilômetros pelo território brasileiro. Companhias de transmissão listadas na bolsa incluem:
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- Alupar (ALUP11)
- ISA Cteep (TRPL4)
- Taesa (TAEE11)
Empresas abertas que operam no mercado de geração de energia elétrica listadas na bolsa variam do mercado hidroelétrico para soluções em energia renovável. São elas
- AES Brasil (AESB3)
- Auren (AURE3)
- Empresa Metropolitana de Águas e Energia (EMAE4)
Outras empresas de capital aberto atuam nos três mercados ao mesmo tempo geração, distribuição e transmissão:
- Copel (CPLE6)
- CPFL (CPFE3)
- Cemig (CMIG4)
- Equatorial (EQTL3)
- Engie (EGIE3)
- Eletrobras (ELET3;ELET6)
- Energisa (ENGI11)
- Eneva (ENEV3)
- Light (LIGT3)
- NeoEnergia (NEOE3)
- Omega Energia (OMGA4)
Quais as vantagens de investir em ações de Energia?
As ações de companhias do setor de Energia na bolsa são conhecidas por serem mais “defensivas” em relação a outros setores da economia.
Ou seja, se o investidor acredita que as ações mais expostas ao “risco Brasil” estão caindo e quer resguardar seu patrimônio, os papéis do ramo podem ser considerados “bons investimentos”, diz Renato Reis, analista da DV Invest.
Apesar de oferecer menor risco, não significa que o setor não sofra com volatilidade, afirma o especialista.
A geração de energia, por exemplo, pode sofrer com excesso de chuvas ou inflação, ampliando a oferta por energia e, portanto, diminuindo preços do produto.
Entre as ações de Energia de empresas no ramo de renováveis, o principal fator de risco é o clima: ventos fracos ou baixa incidência de luz solar prejudica essas companhias, o que “impacta diretamente no balanço”, diz Reis.
O ramo de distribuição é igualmente volátil. O maior risco para distribuidoras é a flutuação de preços de energia. Com a deflação recente, as concessionárias mudam suas bandeiras. Isso também afeta o balanço, ao final do trimestre.
Quais as melhores ações de Energia para investir ainda em 2023?
Analistas contam à Inteligência Financeira que existe potencial em ações de distribuidoras na bolsa de valores. Isso porque o fornecimento de eletricidade para consumo doméstico incorre em mais riscos do que o mercado de transmissão, por exemplo.
Auren (AURE3)
A Auren chamou a atenção do mercado recentemente por distribuir R$ 1,5 bilhões em dividendos para acionistas ordinários (AURE3) no primeiro semestre.
A empresa é atrativa no momento por “estar barata” na visão de Luan Alves, analista da VG Research. Para ele, a Auren também está bem-posicionada para fazer aquisições no setor de geração e renováveis, o que lhe confere vantagens em relação a outras concorrentes no mercado de energia limpa.
A companhia de energia eólica vem andando de lado na bolsa em 2023, com alta pouco expressiva de 0,75%. E o valor de mercado da empresa está “razoável” segundo Carlos Herrera, estrategista-chefe da Condor Insider.
No entanto, o “super dividendo” da Auren pode ser um “Cavalo de Tróia”, afirma. “Esse dividendo extraordinário para a Auren faz com que investidores vejam a empresa como boa pagadora de proventos e que sempre vai priorizar a distribuição. Isso ajuda a convencer o acionista a pagar o prêmio de risco pela empresa”, prossegue.
“Mas, no momento, a Auren não tem projetos com taxa de retorno sobre investimento (TIR) satisfatória Eu gostaria de ter visto isso, a Auren reinvestir esse dinheiro.”
Carlos Herrera, estrategista-chefe da Condor Insider
Cemig (CMIG4)
Entre as ações de Energia que estão no radar do mercado, os papéis da Cemig (CMIG4) tem potencial para se valorizarem ainda em 2023. Os ativos preferenciais de classe B sobem 14,62% desde janeiro. A distribuidora, que opera em Belo Horizonte (MG), pode ganhar voo na bolsa por um fator: privatização. Esta é a avaliação de Renato Reis, analista da DV Invest.
“A Cemig tem um gatilho muito positivo que é a privatização que o governo Zema vem tentando concluir”, diz Reis. O governador mineiro protocolou em agosto uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição) para alterar condições de desestatização da Cemig e da Copasa, mas o projeto encontrou resistência na Assembleia Legislativa de Minas.
Além da possível privatização, a distribuidora mineira possui bons números operacionais para atrair o investidor. Conforme seu estatuto, a Cemig distribui aos acionistas 50% de seu lucro e, atualmente, tem um yield de dividendos de 8%.
Eletrobras (ELET3, ELET6)
Outra ação citada de forma recorrente com potencial de valorização é a Eletrobras (ELET3, ELET6). Os papéis vêm de uma onda de “notícias ruins” para o mercado. Mesmo assim, Carlos Herrera, estrategista-chefe da Condor Insider, explica que a companhia pode “destravar valor” ainda este ano.
“A Eletrobras tem uma quantidade de ativos que, se bem geridos, podem levar ao aumento do volume de caixa”, afirma Herrera. “É uma empresa que está em diferentes segmentos e, por efeitos de governança e risco de execução, merece ser mais estudada”, diz, enfatizando que a Eletrobras depende de um “turnaround”.
As ações de Eletrobras têm “ensaiado alta” para o analista da CM Capital, Marcos Monteiro.
Para o especialista, a Eletrobras pode engatar uma alta no Ibovespa se a ação “romper o patamar de R$ 40,43”, considerado pelo analista como valor de referência para aumentar o apetite do investidor. Mas o preço para “stop”, ou seja, cair fora das ações, é de R$ 37,75.
“Caso ela rompa os R$ 40, o aumento no volume pode aumentar a demanda pela ação, o que gera mais fluxo. Mas caindo abaixo do stop, o investidor pode se desfazer sem tanto prejuízo”, afirma Monteiro.
“Eu diria que as ações de Eletrobras estão em um ponto interessante para o investidor”
Marcos Monteiro, analista da CM Capital
Copel (CPLE6)
Assim como a Eletrobras, a Copel (CPLE6) passou recentemente por um processo de privatização. São casos parecidos e que podem levar a uma potencial valorização na bolsa, de acordo com Danilo Vitti, analista e sócio da Apex Capital. “No sentido de que precisa seguir todos os passos de uma empresa que passou por uma privatização”. A ação é citada como uma oportunidade no setor de Energia pelos especialistas ouvidos na reportagem.
A atual diretora da distribuidora, que tinha o Estado do Paraná como controlador de referência, vinha fazendo cortes operacionais e de custos com apoio, afirma Vitti. “Dando continuidade a isto, é um caso de investimento mais ajeitado”, completa.
Conforme Monteiro, da CM Capital, os papéis preferenciais classe B (CPLE6) precisam avançar apenas 8% para renovar a máxima históricas de R$ 8,65. No ano, as ações de Copel sobem 8,75%.
Equatorial (EQTL3)
A Equatorial (EQTL3) também é uma preferência do mercado para ações de Energia. Para Danilo Vitti, analista da Apex Capital, a empresa está “mais cara”, mas vem “entregando resultados operacionais satisfatórios para o investidor.
A companhia também não é pressionada por dívidas entre as transmissoras, que costumam operar alavancadas. De acordo com Renato Reis, o débito total da Equatorial representa 48% do valor total da empresa.
“O que eu gosto na Equatorial é que ela é uma empresa mais agressiva. Quando tem caixa, ela compra uma praça nova”. O especialista destaca a compra da Celg-D, da Enel Goiás, por R$ 1,6 bi em janeiro.
Qual ação de Energia teve o maior retorno em 2023?
De acordo com a tabela de ações do setor de energia elaborada pela Inteligência Financeira com informações do Estadão Broadcast, a ação de Energia teve o melhor retorno em 12 meses foi a da Copel, com alta de quase 34%.
Por outro lado, o destaque para rendimento em 6 meses ficaram com os papéis da Light, que está em recuperação judicial. As ações ordinárias se valorizaram em 174%.
Empresa | Ticker | Retorno (6 meses) | Retorno (12 meses) |
---|---|---|---|
Alupar | (ALUP11) | 12,06% | 13,99% |
AES Brasil | (AESB3) | 5,62% | 10,04% |
Auren | (AURE3) | 0,90% | 5,99% |
Copel | (CPLE6) | 20,72% | 33,92% |
CPFL | (CPFE3) | 9,45% | 7,57% |
Cemig | (CMIG4) | 7,26% | 18,96% |
Equatorial | (EQTL3) | 14,25% | 12,28% |
Engie | (EGIE3) | 8,10% | 14,39% |
Eletrobras | (ELET6) | 11,08% | -15,85% |
Energisa | (ENGI11) | -5,29% | -18,73% |
Eneva | (ENEV3) | 4,86% | -19,53% |
EMAE | (EMAE4) | – | +6,75% |
ISA Cteep | (TRPL4) | 1,18% | -1,32% |
Light | (LIGT3) | 174,36% | 9,01% |
NeoEnergia | (NEOE3) | 26,70% | 22,58% |
Omega Energia | (OMGA4) | -7,27% | -20,78% |
Taesa | (TAEE11) | 0,03% | -6,02% |
Para uma carteira de ações de Energia mais focada em dividendos, Luan Alves recomenda as ações de:
- Auren – dividend yield (DY) de 11,15% em 12 meses
- CPFL – DY de 8,68% em 12 meses
- Engie – DY de 8,68% em 12 meses
- Taesa – DY de 9,89% em 12 meses
- ISA Cteep – DY de 4,76% em 12 meses