Ações da CVC (CVCB3) têm forte queda na bolsa após divulgação de resultados

CVC tem prejuízo líquido de R$ 96,8 milhões no 4º tri, uma redução de 33,6% sobre o prejuízo de um ano antes

Foto: Divulgação
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A CVC (CVCB3) registrou um prejuízo líquido de R$ 96,8 milhões no quarto trimestre, reduzindo em 33,6% o prejuízo líquido de R$ 145,8 milhões de um ano antes.

Com a divulgação, as ações da empresa na bolsa caíam 8,56% por volta das 15h25. Em 12 meses, a queda é de mais de 70%.

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No acumulado de 2022, o prejuízo somou R$ 433,4 milhões, uma redução de 10,9% sobre o prejuízo de R$ 486,7 milhões de 2021.

A receita líquida subiu 2,4% entre outubro e dezembro na comparação anual, para R$ 321,4 milhões. No ano, o indicador alcançou R$ 1,2 bilhão, alta de 47,9%.

A CVC fechou o quarto trimestre com R$ 3,45 bilhões em reservas confirmadas, avanço de 13,5% na comparação anual. No ano, o indicador somou R$ 13,9 bilhões, alta de 55,5% ante 2021.

As reservas consumidas subiram 7,2% nos últimos três meses do ano, para R$ 3,69 bilhões. No ano, a alta foi de 63,7%, para R$ 14,4 bilhões.

O lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação (Ebitda, na sigla em inglês) ficou em R$ 83 milhões, ante o resultado negativo de R$ 35,4 milhões do quarto trimestre de 2021. Segundo a empresa, esse foi o maior Ebitda trimestral desde o terceiro trimestre de 2019, antes da pandemia.

O take rate (percentual da receita líquida sobre as reservas) alcançou 8,7% no trimestre, queda de 0,4 ponto percentual, refletindo o forte crescimento do produto marítimo, aponta a empresa.

Ebitda

No ano, o Ebitda chegou a R$ 166,5 milhões, também revertendo o resultado negativo de R$ 235,1 milhões de 2021.

No critério ajustado, o Ebitda somou R$ 4,2 milhões no quarto trimestre, queda de 52,4%. Já em 2022, o Ebitda ajustado ficou em R$ 72,6 milhões, revertendo o resultado negativo de R$ 218,8 milhões de um ano antes.

Entre outubro e dezembro, as despesas gerais e administrativas recuaram 2,1% na comparação anual, para R$ 249,3 milhões. No acumulado do ano, por outro lado, o indicado teve uma alta de 13,4%, para R$ 908,4 milhões.

A CVC explica que durante o quarto trimestre iniciou um processo de reavaliação de estruturas, racionalização de fornecedores e revisão de processos internos, o que resultou em um melhor controle de despesas.

Santander: resultado e tendência ruins

Os resultados da CVC vieram abaixo do esperado no quarto trimestre, com tendências operacionais ruins e lucratividade pressionada mesmo com melhora na demanda ao longo do período, diz o Santander.

Os analistas Ruben Couto, Eric Huang e Vitor Fuziharo escrevem que a empresa já havia divulgado uma queda nas reservas, o que acabou impactando as receitas. Comissões mais baixas, com pior mix de vendas, também foi um ponto negativo.

O prejuízo líquido de R$ 97 milhões foi dentro do esperado, mas se beneficiou de efeitos não recorrentes. A companhia gerou R$ 285 milhões em caixa por conta de desconto de recebíveis, aliviando os números operacionais ruins.

Mesmo após a renegociação com debenturistas para rolagem de dívidas a vencer neste ano, o banco acredita que as despesas financeiras da CVC continuam elevadas e devem pressionar a última linha do balanço em meio aos juros elevados.

O Santander tem recomendação neutra para CVC, com preço-alvo em R$ 4,50. Há pouco, as ações caíam 6,12%, cotados em R$ 3,07.

BTG vê evolução operacional

Os números operacionais da CVC continuaram a evoluir de maneira positiva, com maior procura por viagens internacionais e normalização de frequências de voos, mas comissões menores acabaram impactando negativamente o resultado, diz o BTG Pactual.

Os analistas Luiz Guanais, Gabriel Disselli e Victor Rogatis escrevem que um mix pior de vendas, com maior participação de vendas corporativas, pacotes marítimos e viagens internacionais acabou afetando o indicador.

Com isso, as receitas da CVC cresceram somente 2% no quarto trimestre, ficando 5% abaixo do esperado pelo banco. O menor crescimento no faturamento reduziu a alavancagem operacional da companhia.

“A CVC mostrou tendências positivas no quarto trimestre mesmo com crescimento menor, impactada pela Copa do Mundo”, comentam. Os analistas acreditam que o risco envolvendo a empresa no curto prazo ainda é razoável.

O BTG Pactual tem recomendação neutra para CVC, com preço-alvo em R$ 13. Há pouco, as ações caíam 7,65%, cotadas em R$ 3,02.

Investimento para 2023

Marcelo Kopel, diretor de finanças e de relações com investidores da CVC, defendeu que a empresa espera fechar 2023 com um investimento (capex) de R$ 125 milhões.

“É um pouco mais da metade do que tivemos em 2022. Desde a chegada do Leonel [Andrade, CEO] a empresa vem fazendo forte investimento em digitalização. O segundo semestre do ano passado foi importante por causa das entregas. E agora estamos em fase de investimento menor. Com isso conseguimos trabalhar com esse número [de capex]”, disse, em teleconferência com analistas nesta quarta-feira.

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